ESCALAÇÃO DIFÍCIL
A cada ano tem sido maior a dificuldade para que prefeitos eleitos escalem seus times, os motivos são diversos.
Como assumir um cargo de confiança no setor público é sinônimo de ser taxado de corrupto, por munícipes que embaladas nas publicações sobre desvios de recursos públicos generalizam sem qualquer pudor, muitos rejeitam os convites recebidos. Preferem ficar do lado que atira pedras, ser vidraça é uma árdua missão.
As forças políticas que ajudam na hora da eleição muitas vezes indicam afilhados sem habilidades suficientes para desenvolver um trabalho confiável o que impossibilita os eleitos em comprar a indicação.
As responsabilidades trazidas a relevo pela legislação e as ações do Ministério Público também afastam muitos candidatos aos cargos disponíveis uma vez que exageros existem e suportar a exposição não é nada fácil.
A remuneração e a comprovada falta de comprometimento de alguns funcionários formam barreiras que inibem a entrada de outro contingente que teme ser responsabilizado por falhas sobre as quais não teve ingerência, mas, que pela amplitude do cargo caberia total controle sobre as ações desenvolvidas.
Os vícios presentes na gestão pública, associados com as falhas da legislação e a ação de fraudadores profissionais é outro fator que espanta profissionais habilitados. O temor de serem envolvidos em situações desagradáveis é maior que a disposição de servir ao município.
Setores da imprensa, muitas vezes bancados por grupos opositores, que se acham acima do bem e do mal aparecem como força inibidora da participação de funcionários de carreira. Tais servidores assistiram a exposição gratuita de pessoas honestas. Em muitos casos, após apuração dos fatos, nada ficou comprovado porque nada de irregular havia. A indústria do denuncismo irresponsável tem contribuído pouco para sanar os problemas da gestão pública.
Diluir estas dificuldades e transformar os cargos em algo atrativo é a primeira grande missão dos eleitos. Os resíduos acima e outros não lembrados estão emperando a máquina dos municípios, removê-los é preciso.
Por: Ademar Rafael Ferreira