Durante velório e enterro do jornalista goiano Lucas Fortuna, em Santo Antônio de Goiás, amigos e familiares usaram saia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Durante velório e enterro do jornalista, amigos e familiares usaram saia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O corpo do jornalista Lucas Fortuna, de 28 anos, foi sepultado na tarde desta quarta-feira (21), no cemitério municipal de Santo Antônio de Goiás, cidade da Região Metropolitana de Goiânia. Ele era homossexual e foi encontrado morto em uma praia de Calhetas, em Cabo de Santo Agostinho (PE), na manhã de domingo (18). Em homenagem a Lucas, amigos e familiares, inclusive o pai de Lucas, usaram saia durante o velório e o enterro.
“Ele participou de vários encontros de comunicação e levantou a discussão do gênero [masculino e feminino] dentro desses espaços. Na defesa dessa bandeira, ele começou a ir aos encontros usando saia. Essa homenagem foi para que as saias dele continuem rodando”, disse ao G1 a irmã de Lucas, Isabela Daruska da Paixão, na tarde desta quarta.
Morte
O jornalista, de acordo com a polícia de Cabo de Santo Agostinho, estava apenas de cueca quando foi achado pelos policiais na praia. Ele estava na cidade para participar de um evento de vôlei. Ele seria árbitro de um campeonato, segundo amigos da vítima relataram à polícia. Ninguém foi preso.
Amiga de Lucas há 10 anos, a funcionária pública Elaine Gonzaga acredita que a homofobia motivou o crime: “A gente tem certeza que é uma questão homofóbica”. Segundo ele, a identidade de Lucas estava rasgada ao meio.
O jornalista era homossexual ativista do movimento lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santo Antônio de Goiás. “Para mim, o mais importante não é descobrir quem o matou, mas sim que os ideais que ele defendia, como a liberdade de expressão e respeito aos homossexuais, continuem vivos”, disse o pai, Avelino Mendes Fortuna, de 57 anos.