Apesar de a presidência e secretarias da Câmara de Vereadores do Recife serem descritas pelos parlamentares como cargos que trazem muitas responsabilidades e poucos benefícios, a disputa costuma ser acirrada para os principais cargos do colegiado: presidente e primeiro secretário. O motivo disso é o peso político dos espaços, que cuidam de todo o gerenciamento do órgão. Pelo menos cinco vereadores já declararam interesse em entrar na disputa pela presidência da Comissão Executiva para o biênio 2013/2014: André Ferreira (PMDB), Marília Arraes (PSB), Carlos Gueiros (PTB), Vicente André Gomes (PSB) e Gilberto Alves (PTN).
Outros três parlamentares almejam chegar à primeira secretaria: Luiz Estáquio (PT), Jurandir Liberal (PT) e Jairo Brito (PT). Rumores afirmam ainda que o vereador eleito do bloco oposicionista, Raul Jungmann (PPS), teria interesse em entrar na disputa. Apesar da variedade de nomes, Jurandir Liberal espera uma eleição tranquila. “Em 12 anos que estou aqui – atuando como vereador -, nunca vi grandes problemas na disputa. As coisas se resolvem com respeito e responsabilidade”, assegurou o parlamentar. O atual presidente acredita, entretanto, que seu sucessor deve ser um governista. “O Governo tem um peso. Normalmente a presidência fica nas mãos de um nome ligado ao Governo”, avaliou.
Embora a possibilidade de um dos nomes da oposição entrar na disputa por cargo na Comissão não ter se confirmado – diz respeito apenas a conjecturas de bastidores -, os oposicionistas já definiram outros meios de participar do processo. Os quatros vereadores eleitos da bancada – Priscila Krause (DEM), Aline Mariano (PSDB), Raul Jungmann (PPS) e André Régis (PSDB) – apresentaram um documento com 13 propostas para os candidatos à presidência da Casa.
Entre os principais pontos do documento estão à definição de parâmetros para reajuste salarial dos vereadores; a criação de uma corregedoria na Câmara para cassar parlamentares flagrados em situações de quebra de decoro; a extinção do “auxílio-paletó” e repasse desses recursos à formação de professores da rede municipal; e o fim do voto secreto para os casos de questões disciplinares, com exceção aos vetos do Executivo Municipal.
O grupo, que também se queixa da submissão da Câmara ao Executivo Municipal e prega maior independência do órgão, defende que o documento diz respeito a uma discussão despolitizada. Os oposicionistas afirmam que pretendem lançar uma plataforma de propostas de otimização do funcionamento da Câmara.