A quantidade de pessoas que participaram do velório do ex-deputado estadual Josezito Padilha demonstra quanto ele era querido e admirado por aqueles que o cercava. Familiares, amigos e autoridades públicas fizeram questão de comparecer, na tarde de ontem, à capela central do Cemitério Morada da Paz, em Paulista, para prestar uma última homenagem ao político, que faleceu na noite da sexta-feira passada, aos 88 anos, no Hospital Esperança, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Uma missa foi realizada por volta das 17h e o sepultamento aconteceu logo em seguida. Dentre os presentes estavam o presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, e a sua esposa, Cláudia Portela, o empresário Armando Monteiro Filho, amigo próximos de Josezito, e os diretores da Folha de Pernambuco, Paulo Pugliesi e José Américo Lopes.
Josezito Padilha iniciou a carreira política em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Tornou-se deputado estadual pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 1964, mas antes que pudesse assumir o cargo teve os direitos políticos cassados pelo militares, sendo exilado no Uruguai, onde viveu durante 14 anos – retornando ao Brasil apenas após a assinatura da Lei da Anistia, em 1979.
Com uma amizade de mais de 50 anos com Josezito, o empresário e ex-ministro da Agricultura, Armando Monteiro Filho, disse que o ex-deputado sempre foi um homem do mais alto gabarito. “Pernambuco e o Brasil devem a ele importantes lições de civismo e bravura. Posso dizer que tenho cinco amigos verdadeiros e ele era um desses amigos”, disse. O presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, destacou a coragem como uma das suas principais marcas. “Era uma grande figura, no sentido maior do termo, na sua relação com a família e com a política. Vai deixar muita saudade naqueles que acompanharam sua trajetória”, disse.
Mesmo sendo de partidos diferentes, o presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, foi companheiro de luta de Josezito nos anos difíceis da ditadura militar. “Nós sempre fomos muito próximos. Quando ele estava exilado, eu era o seu principal contato aqui. Fui eu quem agilizou o seu retorno, quando a Lei da Anistia foi assinada. Lembro-me da vez que o encontrei em Montevidéu, onde conseguiu erguer uma farmácia. Ficamos bastante emocionados”, lembrou. O ex-deputado Zito de Andrade Lima, também amigo de Josezito, falou sobre a bravura com que ele defendia os seus ideais. “Ele teve coragem de enfrentar um governo, de fazer oposição quando não se podia fazer”, contou. (MIRTHYANI BEZERRA – Folha PE)