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Crônica de Ademar Rafael

VIDA DE GADO

Por: Ademar Rafael

No primeiro trimestre deste ano o programa radiofônico “Vida de Gado”, apresentado por Antônio Martins na Rádio Pajeú completou trinta e cinco anos com índices de audiência compatível com o compromisso do apresentador com a defesa da vaquejada no formato popular.

Ao tentarmos identificar as causas que sustentam o programa por tanto tempo percebemos que o principal insumo é a compatibilidade entre o pensamento de Antônio Martins com o pensamento do vaqueiro simples do sertão. Um pedido de um vaqueiro durante a feira de Afogados da Ingazeira é levado ao ar no programa seguinte respeitando totalmente a opinião do homem que veste a “toga de couro”.

As percepções que Antônio Martins utilizava nos campos de futebol para evitar dribles dos atacantes são usadas para jamais driblar os ouvintes e isto só possível quando o interlocutor é capaz de extrair o pensamento alheio numa perfeita empatia.

A audiência do programa origina-se nessa sintonia, as músicas e as toadas apresentadas são verdadeiros hinos para os sertanejos que como Antônio Martins defendem as corridas de gado como paixão. Os prêmios perdem a importância para farra e para o encontro entre iguais. O termo “meio mundo” carregado por Antônio Martins durante a apresentação do programa e em todas as conversas é a senha para todo nordestino que aprecia o bom papo sobre coisas do sertão.

Para comemorar os trinta e cinco anos de sucesso estiveram presentes Chico Arruda e seu filho João, Genaílson do Acordeon, o poeta violeiro Diomedes Mariano, o poeta e produtor Alexandre Morais e o radialista e professor Saulo Gomes, todos amantes das coisas boas do sertão e defensores incansáveis da cultura do Nordeste, do Sertão e do Pajeú. Aos críticos: “Nem o espinho de jurema rasga beiço dilacera o tecido do VIDA DE GADO, na sua composição tem fibra com a resistência do caroá.”

 


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