O Governo de Pernambuco ganhou reconhecimento nacional pela obra da Compesa realizada no Arquipélago de Fernando de Noronha. O sistema de dessalinização, obtido após um investimento de R$ 22 milhões e que possibilitou o fim do rodízio de água para a população local, anunciado pelo governador Paulo Câmara na última sexta-feira (22.04), foi considerado a maior planta de rede pública para abastecimento humano do Brasil. A intervenção realizada na ilha se torna referência na área de infraestrutura e recursos hídricos. O destaque foi recebido durante o Congresso Internacional Aladyr Brasil, promovido pela Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reuso de Água, em São Paulo, neste mês de abril.
A medida é fruto dos investimentos do Governo de Pernambuco na ampliação desse sistema que tem capacidade de produção de 20 litros de água por segundo. Ele é composto por equipamentos específicos de pré-tratamento com filtração, que proporcionam segurança microbiológica, automação inteligente e controle à distância por rede de comunicação, tornando possível transformar água do mar em água potável. Ainda foram entregues uma nova captação de água da Praia do Boldró e um reservatório para água do mar com capacidade de armazenamento de um milhão de litros.
“Esse reconhecimento por essa grande obra nos enche de orgulho e confirma que estamos no caminho certo. O sistema de dessalinização tem um significado muito importante para quem mora e visita Fernando de Noronha, que está livre de qualquer tipo de racionamento, com um abastecimento de água diário, regular e com água de qualidade. Isso permite o desenvolvimento da ilha, tanto na questão ambiental quanto no turismo e lazer. E essa ação não é isolada. Temos trabalhado intensamente na infraestrutura da ilha, promovendo a melhoria de vida de seus moradores e a preservação do meio ambiente”, afirmou o governador.
Dentro do Plano Retomada, que prevê R$ 5 bilhões em investimentos, Paulo Câmara anunciou, mais R$ 153 milhões em investimentos para Fernando de Noronha. Além do dessalinizador, ele anunciou a expansão do sistema de esgotamento sanitário da ilha, com orçamento de R$ 55 milhões e a construção de 15 novas estações elevatórias de esgoto e uma nova estação de tratamento de esgoto (ETE). O governador autorizou, ainda, obras de restauração da pista do Aeroporto Governador Carlos Wilson, com orçamento estimado em R$ 68 milhões. Entre os investimentos anunciados estão: a ampliação do Hospital São Lucas, a pavimentação de diversas ruas, a instalação e manutenção de todas as placas de sinalização do arquipélago, uma linha de financiamento para compra de veículos elétricos, a cessão do Forte de Nossa Senhora dos Remédios ao Consórcio Forte ao consórcio que fará a gestão por 10 anos, além da instalação da Central de Oportunidades de Pernambuco (COPE).
Entre outras as ações realizadas nos últimos anos em Fernando de Noronha, é possível destacar:
– Instalação de quatro usinas solares. Duas já em operação e duas em obras;
– Instalação de Ecoposto com energia produzida por placas fotovoltaicas, com capacidade para a recarga de até seis carros elétricos ao mesmo tempo;
– Entrega de 26 casas populares e concessão de 315 lotes, diminuindo o déficit habitacional da ilha;
– Melhoria do acesso em onze estradas vicinais;
– Instalação de 370 lâmpadas de LED ao longo dos 7,5 quilômetros da BR-363, que corta toda a ilha;
– Sinalização e balizamento noturno do aeroporto e dos morros do entorno;
– Requalificação do Porto de Santo Antônio;
– Reforma do Posto de Saúde da Família, requalificação do Hospital São Lucas e instalação de banco de sangue;
– Inclusão de Noronha no Programa Mãe Coruja, com assistência às gestantes da ilha;
– Requalificação e ampliação da creche, instalação de duas bibliotecas, parque infantil e campo de futebol society;
– Programa Plástico Zero, que livrou a ilha das embalagens plásticas e diminuiu consideravelmente a contaminação do meio ambiente;
– Programa Carbono Zero, com a introdução de veículos elétricos na ilha e a meta de eliminar a circulação de carros a combustão em Noronha até 2030;
– Instalação do Laboratório de Economia Circular, que incentiva a reciclagem e gera renda para a população com o reaproveitamento de latas de alumínio.
Fotos: Hélia Scheppa/SEI