Com a pandemia da covid-19, brasileiros que tinham planos para viajar para o exterior, passaram a se aventurar pelo Brasil, explorando as belezas e a história do País. De acordo com dados da Fecomercio-SP, o setor de turismo nacional fechou novembro de 2021 com um faturamento de R$ 14,7 bilhões, 19,3% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. O Sertão de Pernambuco é um exemplo de destino que desperta cada vez mais interesse dos viajantes. Diante desse cenário e em consequência da procura por conhecimento técnico e também por informações sobre as histórias, as tradições e as culturas de Serra Talhada, a Fundação Cabras de Lampião deu início ao projeto “Pegadas de Lampião – Curso de Formação de Guias de Turismo”. A capacitação gratuita tem início nesta quinta-feira (27) e segue até o final do mês de fevereiro, beneficiando 30 jovens.
A proposta é capacitar jovens para serem guias de turismo, além de realizar atividades de mediação com visitantes da cidade dentro do território do cangaço. O foco é a vida de Lampião, a flora e a fauna da região. O curso disponibiliza, para os estudantes, livros, DVDs, além das experiências das visitas in loco.
Durante as aulas, os alunos vão percorrer locais como: o Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião); a Casa Grande da Fazenda Pedreira (local de nascimento de Zé Saturnino – inimigo de Lampião); e a Pedra (onde aconteceu o primeiro confronto armado entre a família Ferreira e Zé Saturnino). Eles também vão poder ir até Praça Agamenon Magalhães – Marco Zero da cidade – que ainda mantém os casarios construídos nos séculos XVIII e XIX; a Casa da Cultura de Serra Talhada; a serra que deu origem ao nome da cidade; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e o Parque de Esculturas Ronaldo Aureliano.
O grupo visitará ainda o Museu do Cangaço, o maior do gênero do Brasil, localizado na antiga estação ferroviária, onde há relíquias relacionadas ao personagem sertanejo Lampião tais como utensílios domésticos, armas, fotografias, livros, filmes e documentários sobre os cangaceiros e os volantes (grupos de soldados que tinham a função de destruir o cangaço), além de outros personagens que fizeram parte forte da história do cangaço.
De acordo com o pesquisador e presidente da Fundação Cabras de Lampião, Anildomá Willians de Souza, Serra Talhada é um verdadeiro museu a céu aberto no tocante ao Cangaço. E esse capítulo da história faz parte da identidade e do imaginário de todo nordestino. “Trata-se de uma história que encanta e que é estudada no mundo inteiro. A ideia é fazer com que os visitantes, que aqui cheguem, mergulhem nessa história, e tenham emoções despertadas pela narrativa dos guias”, comentou Anildomá.
O curso tem o apoio cultural da Prefeitura Municipal de Serra Talhada, com recursos de Emenda Parlamentar da Deputada Tereza Leitão, SEBRAE e Fundarpe/ Secretaria de Cultura / Governo de Pernambuco.