Por Renata Bezerra de Melo/Folha Política
Num cenário em que o candidato do PSB, João Campos, aparece liderando a corrida pela Prefeitura do Recife e com uma bolsa de apostas dando conta de que o socialista pode até liquidar a fatura no 1º turno, tanto aliados, quanto adversários chamam a atenção para um fato comum aos olhos deles: para a disputa ir ao 2º turno, é preciso que Mendonça Filho e Marília Arraes mantenham seus índices de intenções de voto. Há quem recorde a corrida de 2012 como referência e aponte, no atual contexto, um risco de reprise daquela disputa majoritária. Naquele ano, o prefeito Geraldo Julio venceu com 51,15% no 1º turno. Em segundo lugar, ficou Daniel Coelho, com 27,65%, seguido por Humberto Costa, com 17,43%, e, como quarto colocado, Mendonça Filho obteve 2,25%.
Hoje, oposicionistas e governistas coincidem no seguinte raciocínio: a delegada Patrícia Domingos sinaliza, agora, para um crescimento, mas o tempo curto pode não ser suficiente para a candidata do Podemos levar a corrida para o 2º turno, sobretudo se Mendonça Filho e Marília Arraes desidratarem. Hoje, Patrícia tem o apoio de Daniel Coelho, cuja presença ao seu lado na propaganda passou a ser intensificada nos últimos dias. Em levantamentos recentes, a perspectiva de a delegada se consolidar como a candidata capaz de provocar o jogo mais duro com João Campos no 2º turno fez com que a campanha dela passasse a investir nesse aspecto, de que ela seria a única capaz de vencer o PSB. Diante desse desenho, no entanto, e com o tempo encurtando, para vingar o cenário de 2º turno, a delegada terá que crescer e Mendonça Filho e Marília Arraes teriam que segurar seus percentuais de intenções de voto. Ontem, a delegada passou a ser alvejada com mais intensidade por adversários, em sinal de que as projeções de 2º turno estampadas na propaganda dela já geraram reação.