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Crônica de Ademar Rafael

ERA UMA VEZ…A EMBRAER.

Como em um conto de fadas a brasileiríssima EMBRAER, por força de tecnologia desenvolvida pelos seus competentes quadros, detinha o quase monopólio na produção e comercialização de determinado tipo de aeronave. Era a empresa como maior competitividade em modelos de médio porte, destinada para aviação executiva ou para escala comercial nas rotas regionais. Com competência venceu os concorrentes com este
tipo de avião, quando combinados os parâmetros segurança, preço e conforto. O binômio custo x benefício era atendido plenamente.

No último semestre de 2017, com grande apoio do governo brasileiro e plena aceitação do famigerado “mercado”, foi anunciada uma parceria com a BOEING. Desconfiei desse negócio com base em algo que meu velho pai me ensinou: “Meu filho em negócio de rico com pobre, se der tudo certo o rico fica mais rico e o pobre na mesma. A tendência maior é o pobre ficar mais pobre e o rico mais rico.”

No primeiro momento as ações da EMBRAER foram valorizadas em mais de quarenta por cento, depois de muitas idas e vindas no segundo trimestre de 2019 foi anunciada a criação da empresa BOEING-BRASIL COMERCIAL. Vejam que o nome EMBRAER sai de cena. A gigante americana manteve seu nome acrescido de “Brasil Comercial”.

No final do mês de agosto último a BOEING em comunicado oficial anunciou que o negócio não seria concretizado. A EMBRAER fala em indenização uma vez que segundo a empresa brasileira foi a organização americana que deixou de cumprir parte do acordo. Outra vez os americanos ficaram em céu de brigadeiro e deixaram os brasileiros na turbulência.

Muitos dirão que a situação atual da EMBRAER deriva de pandemia, quando na realidade a pandemia agravou uma situação ruim criada com a frustração do negócio. Achar que inimigo pode ser parceiro dar nisto, tenho certeza que este fato será esquecido em breve. Assim foi, é e será.


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