Por Thiago Resende e Bernardo Caram / Folhapress
O imposto sobre transações financeiras elaborado pelo ministro Paulo Guedes (Economia) pode ter arrecadação até mesmo superior à da extinta CPMF.
Como estratégia política, o governo tem propagado o discurso de que estuda a criação de um “microimposto digital”, mas os dados mostram que o novo tributo poderia arrecadar mais que o antigo.
Em 2007, ano em que foi extinta, a CPMF teve uma arrecadação de R$ 72 bilhões, em valores atualizados pela inflação, o que corresponde a 1,34% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo informações da Receita Federal.
O time de Guedes prevê que a “nova CPMF”, como vem sendo chamada no Congresso, renderia R$ 120 bilhões por ano aos cofres públicos.
Para 2021, isso representaria 1,47% do PIB, considerando a estimativa do governo para o PIB nominal que está no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
A equipe que elabora a reforma tem como objetivo modernizar o sistema sem alterar a carga tributária. Por isso, Guedes argumenta que, com o tributo, será possível, por exemplo, desonerar a folha de pagamentos, promessa da campanha eleitoral.
Dados mais recentes apontam que o emaranhado tributário do país, incluindo cobranças federais, estaduais e municipais, abocanha mais de 33% do PIB por ano.