G1 SP e TV Globo — São Paulo
A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (14) mandados de busca e apreensão contra o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) em uma fase da Operação Lava Jato que investiga crimes eleitorais.
Os agentes fazem buscas no gabinete e no apartamento funcional do parlamentar em Brasília e na sede da Força Sindical, à qual ele é ligado, em São Paulo. O G1 ligou para o deputado às 7h30, mas ele não atendeu. Também procuramos a assessoria do partido Solidariedade e aguardamos retorno.
São cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Brasília (DF), além do bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados, determinados pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
A operação Dark Side é primeira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo desde o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal que reafirmou a competência da Justiça Eleitoral para os crimes conexos aos crimes eleitorais.
A operação foi deflagrada após inquérito policial encaminhado à Justiça Eleitoral de São Paulo em meados de 2019, depois da colaboração premiada de acionista e executivos do Grupo J&F.
De acordo com as investigações, foi constatada a existência de indícios do recebimento de doações eleitorais não contabilizadas durante as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012, no valor total de R$1,7 milhão.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, os pagamentos teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e também com o pagamento de valores em espécie através de doleiros contratados. O escritório de advocacia, supostamente envolvido na simulação da prestação de serviços, tinha como um dos seus sócios o genro do parlamentar.
Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão.
Como Paulinho é um parlamentar no exercício do mandato de deputado federal, as investigações em primeira instância se restringem aos fatos apurados nos anos de 2010 e 2012.