A Assembleia Legislativa deverá promover ações para homenagear e divulgar a obra do educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997), declarado patrono da Educação Brasileira em 2012. É o que determina o Projeto de Resolução n° 758/2019, apresentado pela deputada Teresa Leitão (PT) e aprovado por unanimidade, nesta terça (17), pela Comissão de Justiça.
As ações deverão ocorrer entre setembro de 2020 e setembro de 2021, a fim de marcar o centenário do pernambucano que é reconhecido internacionalmente pela criação de um método de alfabetização focado na emancipação humana. Proibido durante o período da Ditadura Militar, o livro Pedagogia do Oprimido (1968) foi escrito por Freire durante o exílio e é, atualmente, uma das obras mais citadas em trabalhos acadêmicos de todo o mundo.
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“Debater o legado desse grande educador é sempre oportuno, mas é ainda mais relevante neste momento em que vemos o presidente da República agredir, de maneira virulenta e rasteira, alguém que veio ao mundo só para ajudar o ser humano a crescer e entender sua realidade”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Waldemar Borges (PSB). Ele referiu-se ao ataque feito por Jair Bolsonaro ao pernambucano na última segunda (16), quando chamou Freire de “energúmeno”.
“O método criado pelo educador é consagrado e executado com êxito em todo o mundo porque inclui os componentes de amorosidade e respeito na educação, além de ensinar o estudante não apenas a ler e escrever, mas a enxergar sua realidade”, acrescentou Teresa Leitão, que defendeu o papel da Assembleia como promotora dessas atividades em reconhecimento a Paulo Freire.
Relator da matéria, o deputado João Paulo (PCdoB) falou sobre a atualidade da obra freiriana. “Este novo século exige uma preparação que dê ao indivíduo habilidades para lidar continuamente com as mudanças da vida, diferentemente do perfil antes em vigor, em que era suficiente ser um executor de tarefas”, avaliou o parlamentar.
De acordo com o Projeto de Resolução – que ainda precisa ser aprovado em Plenário –, a Alepe deverá constituir uma comissão organizadora para definir as formas de homenagear o educador. O colegiado será composto por deputados, representantes da Secretaria e do Conselho Estadual de Educação, membros do Centro Paulo Freire e das universidades Federal (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).