Por Valdo Cruz
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, informou ao blog que participará nesta terça-feira (10) em Buenos Aires da cerimônia de posse do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Segundo Mourão, o presidente Jair Bolsonaro o chamou ao gabinete na tarde desta segunda (9) para pedir que representasse o Brasil na cerimônia.
“É um gesto do presidente para que as relações voltem ao normal”, declarou Mourão ao blog.
Segundo a Presidência, Mourão embarcará ainda na noite desta segunda para a capital argentina.
Mais cedo, nesta segunda (9), o próprio Bolsonaro chegou a dizer que analisaria primeiro a lista de convidados para decidir quem enviaria à posse. Depois, o Planalto informou que o embaixador em Buenos Aires, Sergio Daneses, representaria o Brasil na cerimônia (relembre no vídeo abaixo).
Em princípio, Bolsonaro havia decidido enviar para a posse o ministro da Cidadania, Osmar Terra. O próprio ministro disse à GloboNews, porém, que Bolsonaro havia desistido da ideia.
Relação Brasil-Argentina
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a Argentina é o terceiro principal destino das exportações brasileiras.
Segundo o Itamaraty, o comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 26 bilhões em 2018, atrás somente dos Estados Unidos e da China.
“No plano político, a proximidade com a Argentina constitui pilar importante do esforço de construção de um espaço de paz e cooperação no entorno brasileiro. A alta densidade da cooperação política entre ambos os países reflete-se nos frequentes encontros e visitas bilaterais em nível presidencial e ministerial”, destaca o ministério em um texto publicado no site oficial.
Bolsonaro e Fernández
Esta será a primeira vez desde 2003 que o chefe de Estado brasileiro não irá à posse do novo presidente argentino.
Durante a campanha presidencial na Argentina, Bolsonaro fez diversas críticas a Fernández e defendeu reiteradas vezes a reeleição de Mauricio Macri, que perdeu no primeiro turno.
Bolsonaro chegou a dizer que, se Fernández fosse eleito, a Argentina se tornaria uma “nova Venezuela” e, por isso, cidadãos argentinos fugiriam para o Rio Grande do Sul, assim como venezuelanos fugiram para Roraima.
Após a eleição, Bolsonaro disse que não cumprimentaria Fernández, acrescentando que a população argentina escolheu “mal” o novo presidente.