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Debates, seminários e sessões especiais marcam o quarto dia do 12º Festival de Cinema de Triunfo

Uma série de atividades tomou conta da programação desta quinta-feira (8) da 12ª edição do Festival de Cinema de Triunfo. As novidades foram a Sessão Especial SESC, a Mostra Ambiental e o seminário “Regionalização no Audiovisual: formação, produção e difusão”, que abriu uma ampla discussão sobre os avanços e dificuldades presentes no audiovisual pernambucano, principalmente no interior do estado. Outro destaque foi a Mostra Competitiva de Curta-metragem, que reuniu quatro curtas pernambucanos que foram produzidos por mulheres.

Realizada pelo Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, a 12ª edição do Festival de Cinema de Triunfo também teve sessões no município de Serra Talhada, Sertão do Pajeú. Além da última terça-feira (6), a cidade recebeu nesta quinta-feira (8) sessões para vários públicos de curtas e longas-metragens produzidos por realizadores pernambucanos. Os filmes foram exibidos pela manhã, tarde e noite no CEU das Artes, no Bairro Caxixola.

Além do debate com os realizadores, pela manhã foi realizada a Sessão Especial SESC, realizada por uma das parceiras do festival com cinco curtas nacionais. Participaram da sessão estudantes de três escolas triunfenses: Escola Lar Santa Elizabeth, Centro Educacional Governador Eduardo Campos e o Colégio Objetivo.

A Mostra Ambiental do 12º Festival de Cinema de Triunfo exibiu três documentários sobre unidades de conservação do estado, e que foram produzidos por meio de um edital da Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH). Os jovens puderam conferir através do documentário “Os guardiões da natureza” as belezas do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Gurjaú. Já luta de 40 anos pela preservação da Mata do Engenho Uchôa foi registrada pelo curta “Uchôa, a mata pulsante”.

“Em nome de todo o Governo de Pernambuco, quero cumprimentar os alunos e professores que estão presentes aqui hoje. Esse é um dos principais festivais de cinema do Brasil, e a gente fica muito honrado em exibir essa mostra aqui hoje”, disse José Bertotti, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, durante a conversa com o público. Depois da sessão, houve um debate com Rodrigo Ferraz, representante da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH).

Pela tarde, muita gente se encontrou para participar do seminário “Regionalização no Audiovisual: formação, produção e difusão”, com a participação de Marlom Meireles (PE), Kennel Rógis (PB), Graciele Guarani (PE), Bruna Florie (PE), Marcos Carvalho (PE), e mediação de Anna Andrade (ABD/APECI). O encontro aconteceu na Pousada Alpes. Dentre vários assuntos discutidos, os participantes conversaram sobre os avanços no Funcultura.

De acordo com Luciano Poncioni, coordenadora de Audiovisual da Secult-PE/Fundarpe e do Festival de Cinema de Triunfo, um dos grandes desafios na gestão é o enfrentamento da concentração regional de aprovação de projetos. Em 2015, 84% dos projetos selecionados pelo Funcultura, por exemplo, foram propostos por produtores residentes na RMR. A partir de 2016, adotou-se, no processo avaliação dos projetos inscritos, o critério de pontos diferenciados para aqueles oriundos de municípios de fora da RMR.

Outra informação importante é que o Cadastro de Produtor Cultural (CPC), por exemplo, registra inscrições de produtores oriundos de 147 municípios (cerca de 80% do total) e de todas as Regiões de Desenvolvimento (RDs). O dado indica alegitimidade e o alcance da política, bem como o seu potencial de interiorização.

O Governo de Pernambuco também se faz presente no Festival de Cinema de Triunfo com a participação da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que montou um espaço de convivência na cidade sertaneja. Todos os dias, sempre entre 18h e 19h, um tema ligado à sétima arte toma conta da tenda aberta ao público em frente ao Cineteatro Guarani. Nesta quinta-feira (8) foi a vez de um debate sobre “Mulheres no audiovisual em Pernambuco: um panorama da presença feminina nos sets”, com a presença das cineastas Juliana Lima e Nara Aragão.

Nesta quinta-feira (8) a Mostra Competitiva de Curta-metragem reuniu os curtas “Nakua pewerewerekae jawabelia/ Hasta el fin del mundo/ Até o fim do mundo”, de Margarita Rodriguez Weweli-Lukana & Juma Gitirana Tapuya Marruá; “Parto sim!”, de Katia Mesel; “Deus te dê boa sorte”, de Jacqueline Farias; “Mucunã”, de Carol Correia. Na Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional, foi a vez do “Desvio”, de Arthur Lins.

Juma Marruá revelou que escolheu algumas coisas para falar naquele momento. “Primeiro que mandar um salve muito especial à Luciene Pankararu, que está aqui hoje presente. E que amanhã, dia 9 agosto, é o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Teremos a primeira Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, e peço que vocês possam ajudar nessa causa com alguma contribuição. Terra viva, justiça e demarcação”, declarou a cineasta.

Katia Mesel disse estar muito emocionada no palco apresentando uma ideia através da arte. “Fico feliz também em ver varias mulheres aqui representando o audiovisual. A gente está vendo a expansão do audiovisual, com festivais acontecendo pelo estado inteiro e uma maior participação nossa”.

Jaqueline Farias lembrou que já esteve no Festival tantas vezes, mas “nunca me imaginei no lugar de alguém ousando testemunhar, que eu acho que documentário é o testemunho de algo. É uma honra ter a parteira Luciene Pankararu também aqui hoje comigo, uma das personagens no filme”. Luciene Pankararu agradeceu pelo convite e contou enxergar esse documentário “como uma forma de divulgar o que fazemos nas aldeias e nos fortalecer”. Ela é uma das mulheres indígenas de Pernambuco que irá participar da marcha em Brasília.

Carol Correia destacou que seu filme retrata a história das mulheres do Sítio Rodrigues, vilarejo situado próximo a cidade de Belo Jardim, agreste pernambucano. “O que me chamou a atenção nelas foi a força da ancestralidade que elas têm. Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero – Ano IX, na categoria Roteiro, promovido pela Secretaria da Mulher de Pernambuco em 2016”.

Concorrendo na Mostra Competitiva de Longa-metragem Nacional com o filme “Desvio”, o paraibano Artur Lins revelou que o longa foi filmado e realizado no seu estado-natal, e em boa parte do sertão. “Busco com ele falar sobre a musicalidade da região, e como ela percorre e atravessa esses lugares. Espero que amanhã a gente possa trocar essa ideia no debate e trocar impressões sobre o trabalho”.


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