Por André Siqueira – Veja.com
Em uma derrota do governo Bolsonaro, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 14, por 307 votos a 82, a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações sobre os cortes nos orçamentos das universidades públicas e de instituições federais. Ele será ouvido nesta quarta-feira, 15, em comissão geral, no plenário da Casa.
O requerimento, apresentado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), da oposição ao governo, afirma que a medida, anunciada pelo Ministério da Educação (MEC), precisa ser explicada porque o país viveu um ciclo de expansão do sistema educacional público que agora corre risco de ser interrompido.
Em suas redes sociais, Silva classificou a aprovação como “vitória histórica” contra o “desmonte da educação”. Segundo a assessoria da Câmara, apenas o Novo e o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, foram contrários ao pedido. Weintraub será ouvido no mesmo dia em que estão convocadas manifestações em todo o país para protestar contra os cortes.
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que a convocação tem o objetivo de adiar a votação de Medidas Provisórias (MPs), entre elas a que determina que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) permaneça no Ministério da Justiça, sob o comando de Sergio Moro. “Qual é a intenção real de se convocar ministro para ir ao plenário? Por que estão com medo de discutir as medidas provisórias? Por que insistem em tirar o Coaf do Moro?”, questionou a parlamentar.
A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que a convocação do ministro “não é agradável” e ressaltou a necessidade de reconstruir o diálogo com os partidos. “O ministro [da Educação] é preparado para falar sobre o assunto. A convocação não é agradável, mas é do jogo democrático”, comentou.