Tudo começa pelo Respeito
Devo ser mais uma escrevendo sobre os últimos acontecimentos em relação ao desrespeito às mulheres durante a realização da Copa, na Rússia. Mas com certeza ao me pronunciar sobre o assunto, já somo no conjunto de não apenas “ter voz”, mas “ser voz” no que se refere a prática da palavra respeito, e vou mais além, respeito não só ao sexo feminino, mas ao próximo. Respeito (Respeito é um substantivo masculino oriundo do latim respectus que é um sentimento positivo e significa ação ou efeito de respeitar, apreço, consideração, deferência).
Os vídeos e os gestos que foram divulgados no mais diversos veículos de Comunicação só comprovam o quanto ainda temos que caminhar na direção do “respeito mútuo”. E quando nos referimos às mulheres aí é que temos sola de sapato para gastar no caminho da prática da igualdade dos direitos entre homens e mulheres, pois percebe-se nitidamente que existe uma contradição gritante: ao mesmo tempo em que as mulheres estão mais qualificadas e há leis e espaços que finalmente as favoreçam, existe um machismo cultural que coloca a mulher de forma inferior, desqualificando-a quando atua na política, exigindo mais dela no mundo do trabalho e assassinando-a por sentir-se dono de seu corpo e de sua alma.
Na política por exemplo, dados estatísticos da Justiça Eleitoral mostram que 52% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres, somando 77.076.395 até fevereiro deste ano.
A maioria, que representa 18.710.832 mulheres, está na faixa etária de 45 a 49 anos. Em seguida, aparecem as mulheres de 25 a 34 anos, que somam 16.241.206. Já em terceiro lugar aparece a faixa etária de 34 a 44 anos, somando 15.755.020 eleitoras.
Os números mostram que essas mulheres estão em plenas condições de exercer a soberania popular prevista na Constituição Federal de 1988, que define a possibilidade de votar e se candidatar nas eleições como um valor igual para todos.
No entanto, os dados estatísticos também mostram que o número de candidatas mulheres é desproporcional ao número de mulheres politicamente ativas no país, ou seja, aptas a votar e a serem votadas.
Essa diferença injusta não é só na política, mas em outros diversos segmentos de atuação, como no mercado de trabalho, onde as diferenças entre mulheres e homens se materializam em diversos níveis. Começam pelas possibilidades e formas de entrada nesse mercado, passam pelas ocupações exercidas e culminam nos rendimentos médios.
Esperamos com firmeza que cada passo dado em direção aos direitos das mulheres, tanto pelo poder público como pela sociedade, possa contribuir para que essa contradição tenha fim e se estabeleça a verdadeira igualdade entre mulheres e homens. É isso que eu quero construir.
Dany Amorim- Jornalista, Coach e Sócia da Espalha Comunicação