O artesão Manuel Eudócio, que tinha 84 anos, faleceu na noite desse sábado (13). Ele estava internado com os sintamos provocados pela Chicungunya e não resistiu, morreu. De acordo com a cientista política Ana Maria de Barros, que mora na comunidade, a situação é muito triste no Alto do Moura e todos estão chocados. O velório deve ser realizado em dois locais diferentes. Na Câmara Municipal e na sede da associação dos Moradores, mas ainda não se sabe ao certo informações sobre o sepultamento. O blog lamenta a morte e se solidariza com os parentes e amigos.
BIOGRAFIA – Sua arte de fazer cerâmica figurativa retrata o cotidiano popular do lugar onde vive, e onde aprendeu quando criança a fazer seus próprios brinquedos de barro, esculpindo cavalos, bois e vacas para brincar. Teve oportunidade de produzir cerâmica para vender quando foi morar com sua avó, após a morte de sua mãe, tendo contato com brinquedos populares de louça feitos pela avó para vender na feira. Inicia efetivamente sua vida de artesão em 1948, quando aprimorou suas técnicas com Mestre Vitalino e desenvolveu um estilo próprio, incorporando elementos do folclore pernambucano em suas cerâmicas. As peças de Manuel Eudócio são feitas em argila úmida, queimadas sem uso de esmalte, em forno de lenha que ele mantém em seu quintal e, posteriormente, decoradas com tinta óleo brilhosa ou fosca.
O seu legado de mais de 50 mil peças de barro representa personagens como Lampião e Maria Bonita, o Trio Nordestino e o Bumba-Meu-Boi. Suas peças compõem coleções particulares e acervos de importantes museus. Com quase 80 anos continua em plena atividade no Alto do Moura, em Caruaru. Em maio de 2002 Manoel Eudócio foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco.(Blog Mário Flávio)