O gesto da ministra Marta Suplicy de entregar uma carta de demissão em um momento em que a presidente Dilma Rousseff está fora do Brasil foi visto no núcleo do governo como uma deselegância e uma sinalização de que a partir de agora ela tem um projeto pessoal, independente do PT.
Há no governo quem aposte que Marta já trabalha com a hipótese de deixar o partido para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016 contra Fernando Haddad. Não estava no script a entrega da carta de demissão nesta semana.
Logo depois de reeleita, Dilma recebeu Marta numa audiência. No encontro, Marta informou que pretendia deixar logo o governo, mas ficou acertado que ela esperaria a presidente desencadear o processo de mudança no primeiro escalão.
A expectativa era que Marta só apresentaria a carta de demissão na próxima semana, junto com os demais ministros, dentro da articulação que o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) fez junto aos colegas de ministério.
Nas palavras de um colega de Marta, ela foi, “no mínimo, deselegante”. Também causou desconforto o fato de, no texto da carta de demissão, ela ter feito críticas à condução da política econômica.
Como o Blog já tinha revelado, a ministra iniciou no início do ano um movimento “Volta, Lula” na Esplanada dos Ministérios, o que já tinha contrariado a presidente. Na campanha eleitoral, segundo relato de auxiliares, Marta não teria se empenhado por Dilma, principalmente depois de um evento com artistas e intelectuais em que o ex-ministro Juca Ferreira recebeu mais aplausos que ela. (Blog do Camarotti