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GARANTINDO QUE FILHA DA VÍTIMA NÃO VIU CRIMES, BRUNA SILVA DIZ TER QUE PAGAR PELO QUE FEZ

Após os depoimentos de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira e Isabel Cristina Torreão Pires, foi a vez de Bruna Cristina Oliveira da Silva, a terceira acusada participação na morte, esquartejamento e ocultação de cadáver da jovem Jéssica Camila da Silva Pereira, assassinada em 2008, quando tinha 17 anos. Os relatos dela começaram a ser ouvidos em juízo por volta das 17h30 desta quinta-feira (13), se encerrando pouco antes das 19h. O júri popular do trio, conhecido como “Canibais de Garanhuns”, está acontecendo no Fórum de Olinda, na Região Metropolitana do Recife. A sessão é presidida pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima.

Bruna disse que não planejou o homicídio, mas que teve participação, ajudando a segurar a vítima juntamente com Isabel. Foi quando Jorge, segundo ela, desferiu um golpe na jugular da jovem. A arma usada foi uma “faca de barra branca”. Ela garantiu que a filha da vítima, que morava na casa do trio, estava no primeiro andar do imóvel quando os crimes aconteceram e que, por isso, não assistiu às cenas.

A ré também relatou ter se arrependido nas horas seguintes aos atos, dizendo que “não tinha visto aquilo nem em filmes”. Já Jorge e Isabel, na visão dela, estavam tranquilos. Ela pediu desculpas e disse ser uma pessoa que tem que pagar pelo que fez.

Também foi revelado que havia a pretensão de atrair outras jovens para serem mortas. Jéssica teria sido escolhida por Isabel por ser moradora de rua e por conta da semelhança física com Bruna, que assumiu a identidade da vítima depois do assassinato.

A acusada também declarou que se relacionava bem com Jéssica e que a adolescente não se sentia em cárcere privado na casa em que o trio morava. Segundo os relatos dos outros acusados, a vítima passou a morar no imóvel, situado no bairro de Rio Doce, em Olinda, em 2008, depois de um convite para trabalhar como empregada doméstica.

Confira outros pontos do depoimento de Bruna:

Relação com Jorge
Bruna disse que amava o réu e que não estava na casa, juntamente com a esposa do homem, à força. Ele nunca foi violento com ela ou com Isabel, segundo a ré.

Filha de Jéssica
A acusada relatou ter registrado a filha da vítima duas vezes. Após a morte de Jéssica, a criança passou a ser criada pelo trio.

O esquartejamento
Segundo Bruna, Jorge arrastou a vítima para o banheiro e lá deu início ao esquartejamento. O processo teve início por volta das 22h do dia 26 de maio de 2008, durando a madrugada toda.

Troca de identidade
Bruna disse que cometeu o crime de falsidade ideológica porque “não seria doida de não assumir” (a identidade de Jéssica). Isabel exigiu isso dela, conforme a ré.

Ciúmes da vítima
Bruna negou que tivesse ciúme da vítima ou que Jéssica, alguma vez, tenha se insinuado para Jorge.

Canibalismo
A ré admitiu ter comido parte da coxa da vítima. Ela garantiu que a criança não se alimentou de restos mortais da mãe, já que Jorge Beltrão dizia, segundo ela, que só poderia fazê-lo quem participasse do crime, considerado um ritual de purificação.

Crimes de Garanhuns
Um dos jurados questionou Bruna a respeito da participação dela na morte de duas jovens em Garanhuns, no Agreste do Estado, em fevereiro e março de 2012. Foi perguntado o porquê de ela ter contribuído para os delitos se tinha ficado chocada com a forma como Jéssica foi morta, quatro anos antes. A motivação apontada por ela foi o fato de já estar envolvida demais na história. ( Informações de Wagner Santos, do FolhaPE, e Rodrigo Passos, da Folha de Pernambuco).


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