Quem acompanha os meus comentários nos diversos veículos de comunicação e nas redes sociais sabe que a queda de Marina não é nenhuma novidade para mim.
Desde o ano passado, friso que a interpretação das conjunturas eleitoral e socioeconômica do Brasil estão mal interpretadas. Inicialmente, vieram as manifestações. Com elas, um consenso foi criado, qual seja: o eleitor brasileiro deseja mudanças. As pesquisas mostram isto. Engano interpretativo. As pesquisas mostravam um número. Mas não necessariamente evidenciavam a essência que este número representava. Boa parte dos brasileiros desejava e deseja mudanças. Porém, mudanças sem rupturas. E sem desprezar as conquistas advindas da era Lula.
O primeiro erro de Marina foi interpretar equivocadamente o desejo de mudança do eleitor. Ela deveria ter olhado atentamente para as classes C e D e observado as mudanças nas visões de mudo decorrentes da emancipação social advinda da era Lula. Aliás, Marina poderia ter lido os livros de Jessé de Souza e André Singer para decifrar os desejos do eleitor.
Um outro erro de Marina foi ter insistido na tese da nova política. Ora, o que é nova política? Qualquer pesquisa – qualitativa e quantitativa – mostra que os eleitores não acreditam em políticos. Portanto, qual era a razão de acreditar em Marina como candidata? Para os eleitores brasileiros, majoritariamente, “todo político calça 40“. Então, por que os eleitores deveriam acreditar em Marina como candidata? Marina, por várias vezes, afirmou que iria governar com os bons. Mas quem são os bons para os eleitores? Ao mesmo tempo em que defendia a criação dos governos dos bons, ela construía alianças, necessárias, por sinal, em busca da vitória eleitoral. A nova política de Marina trouxe receio para parte do eleitorado.
O entusiasmo caracterizou os primeiros dias de campanha de Marina – terceiro erro. Vários assessores falavam por ela. As verbalizações deles eram, por vezes, contraditórias e desmentidas por Marina. Um programa de governo foi apresentado. Mas esqueceram de apresentar a maravilhosa história de vida de Marina Silva. O programa de governo continha diversos tópicos. Em vez de conter tópicos estratégicos. As propostas não falavam para as classes sociais que decidem a eleição, no caso, as classes C e D. O programa de governo ofertou oportunidade para o PT desconstruir Marina. Portanto, o PT não errou com Marina. A desconstrução de candidatos faz parte do jogo eleitoral.
Caso Marina chegue ao segundo turno, ela tem,claro, já que disputa a eleição, condições de vencer. Mas Dilma é favorita, pois os erros e contradições de Marina condicionam o favoritismo eleitoral do PT. Aécio, neste instante, desprovido de qualquer contradição e erros, é o candidato mais apto para derrotar o PT. As contradições e os erros de Marina e dos seus assessores possibilitaram o enfraquecimento eleitoral de Marina.
Por: Adriano Oliveira
