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OPINIÃO DO PERNINHA

Vítima dos próprios erros
Faltando menos de uma semana para a eleição que irá definir os destinos do País, os números apontam para uma vitória que poderá ser do PT ou do PSDB, o que nos leva a afirmar: nunca antes na história desse País um processo eleitoral foi tão bem disputado como o atual, em que qualquer prognóstico é válido até que se totalize a apuração dos votos, em 26 de outubro. Como a disputa envolve dois partidos de peso e com históricos bem parecidos no quesito corrupção, os debates se tornaram a mesmice de sempre com a troca de farpas entre os candidatos,em que cada um quer mostrar para a sociedade que surrupiou menos o patrimônio público que o seu concorrente, esquecendo-se de apresentar propostas que possam ajudar na decisão do eleitorado.
Pelo fato de ser governo e querer a reeleição a todo custo, o PT torna-se mais susceptível e isso o leva a se ressentir da atitude crítica da imprensa, embora persista no erro e não crie situação alguma em que seja permitido lhe atribuir algum acerto. Não há racionalidade, maturidade, transparência, nem respeito pelo discernimento alheio no trato das questões que mereceriam uma abordagem mais cuidadosa. Tudo é reduzido a uma simplificação infantilizada, embrulhada em invólucro de propaganda enganosa recheada de contradições que não resistem à luz da realidade.
Agora, os depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef alcançam o PT em plena campanha do segundo turno. O partido alega uso eleitoral, acusa manipulação e aponta vazamento parcial de informações, esquecendo-se que foi a própria presidente, no início do ano, quem antecipou que autorizara a compra da refinaria de Passadena com base emrelatório falho, talvez até como forma de se precaver, pois sabia que detalhes sobre os negócios da estatal viriam a público a qualquer momento.
Com todo respeito que a presidente Dilma não demonstra pelo público a que se dirige, se alguém está pretendendo dar um golpe nesse caso das denúncias da Petrobras é o PT quando recorre ao velho truque de fazer-se de desentendido esperando tirar algum proveito das adversidades, como fez com o escândalo do Mensalão, que deu certo do ponto de vista eleitoral, embora tenham ficado resquícios que viraram passivo quando os dirigentes do partido não deram ouvidos ao grupo que aconselhava o enfrentamento real do problema, com uma mudança de conduta, optando por dobrar a aposta na defesa dos condenados e na condenação dos juízes.
O governo esqueceu que há independência entre os poderes e levou o Legislativo a não primar por esse requisito, virando-se contra a CPI da Petrobras. Acontece que o Judiciário não atrelou seu calendário às conveniências desse ou daquele governo. Se o juiz Sérgio Moro e os procuradores responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato resolvessem esconder depoimentos que pela lei são públicos, aí sim deveriam ser acusados de manipulação eleitoral.
Por tudo isso,haveremos de concluir que o PT se emaranha em suas próprias contradições e corre o risco de pagar um preço tão alto quanto foi a sua negligência no trato com as questões maiores. E esse risco passa, inevitavelmente, pelo processo da reeleição.
Danizete Siqueira de Lima

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