A seis dias do segundo turno da eleição presidencial, o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, voltou ao Santuário Nossa Senhora da Piedade, na região metropolitana de Belo Horizonte, para cumprir uma tradição política de seu avô Tancredo Neves e rezar no local. O candidato tucano já havia visitado o templo religioso de Caeté (MG) no início da corrida presidencial, em julho. Desta vez, ele recebeu a bênção de dois padres do município mineiro.
Tancredo, que governou Minas Gerais no início da década de 1980 e depois chegou a ser eleito por voto indireto presidente da República, tinha o costume de visitar o Santuário Nossa Senhora da Piedade sempre que iniciava uma campanha eleitoral.
Em entrevista coletiva concedida no templo, Aécio ressaltou que a visita não se tratava de um ato de campanha, e sim de um retorno a suas origens. “Não é um ato de campanha, é um retorno às minhas origens, às minhas raízes, aos meus valores. E quem não cultiva e pratica valores da ética, da generosidade, do amor ao próximo, certamente, não está à altura de conduzir o Brasil e os brasileiros”, disse.
Questionado sobre o que iria fazer ao longo da última semana de campanha para conseguir se diferenciar da adversária do PT, Dilma Rousseff, o tucano afirmou que irá se focar no futuro do país.
“Eu vou falar a verdade. Talvez essa seja a maior das diferenças. Eu vou pregar um Brasil novo no futuro. Eu não vou fazer uma campanha nestes últimos dias, até porque não fiz até aqui, olhando para o passado”, enfatizou.
Ele afirmou ainda que o governo da presidente Dilma Rousseff deixará como herança um quadro econômico “extremamente grave” e indicadores sociais em queda. Aécio também falou que pretende, se eleito, iniciar um ciclo de governo em que o adversário “não seja tratado como inimigo a ser dizimado e a ser abatido a qualquer custo”.
Acompanhado de aliados como o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas, e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), Aécio se dirigiu à cripta do santuário após a coletiva. Durante a bênção, o candidato chegou a pedir silêncio às pessoas que estavam no local. Ao deixar o templo, Aécio posou para fotografias ao lado de eleitores.