Contando com a presença de aproximadamente 100 metroviários, assembleia realizada na noite desta quarta-feira (08) decidiu pela continuidade da greve total do serviço, sem aceitar proposta da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para que 30% do metrô do Recife voltasse a funcionar.
A assembleia aconteceu após audiência mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6). A sessão começou por volta das 14h30 e teve mais de quatro horas de duração. Sem conciliação, a CBTU apresentou proposta de funcionamento com um terço do serviço, circulando em horários de pico e sem rodar aos domingos. Ainda no tribunal, a categoria fez ajustes nos horários sugeridos pela empresa, mas, quando submetida à assembleia, a proposta foi rejeitada.
“A gente colocou uma proposta na audiência, contra a proposta da CBTU, mas em assembleia os metroviários decidiram manter a greve 100% e por tempo indeterminado. A gente pede que a população compreenda a nossa luta, que não é por salário, mas por segurança. Nesses dois dias, a CBTU não apresentou propostas concretas e por isso a categoria não considerou que houve avanços. Do que adianta rodar 30% do serviço e correr riscos mesmo assim?”, disse Diogo Morais, presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindimetro-PE).
Na quinta-feira (9), representantes do Sindimetro-PE terão uma reunião com a presidência da CBTU, no Rio de Janeiro, a partir das 14h. “Espero que a gente seja recebido, para ver se a administração central apresenta alguma proposta. Os encaminhamentos serão repassados para a direção do Sindicato, que ficará aqui para fazermos nova assembleia, às 18h”, informou Morais.
Outros pontos acordados na audiência de conciliação, caso a proposta de funcionamento de 30% tivesse sido aceita, foram a redução da multa à categoria — de R$ 800 mil/dia para R$ 50 mil/dia — e a suspensão do julgamento que estava marcado para a próxima sexta-feira, no pleno do TRT. Com a manutenção da greve, esses acertos perdem a validade. O tribunal deve expedir ainda esta noite uma nova decisão a respeito da paralisação.