Em visita ao município de São Bernardo do Campo (SP) – berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, criticou nesta terça-feira (2) o programa de governo da ex-senadora Marina Silva. Dizendo-se “preocupada” com o programa, a presidente da República afirmou que o conjunto de propostas divulgadas na semana passada pela candidata do PSB “reduz a pó” a política industrial brasileira.
“Eu fiquei muito preocupada com o programa da candidata Marina [Silva]. Ela reduz a pó a política industrial. Tira o poder dos bancos públicos de participar do financiamento da indústria e da agricultura”, destacou a petista em entrevista coletiva no portão da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
Dilma não detalhou quais pontos do programa de Marina ela considera que possam causar prejuízos ao setor industrial. Ela, no entanto, disse que as propostas tiram o “poder” dos bancos públicos de participarem do financiamento da indústria e da agricultura. “Queria falar isso porque fico muito preocupada quando querem acabar com o papel do BNDES”, enfatizou.
Em meio à entrevista, a presidente ressaltou que, na visão dela, o papel do banco nacional de desenvolvimento econômico é conceder financiamento com prazos longos e juros baixos a setores específicos da economia que tenham potencial de gerar empregos. “Nós temos uma meta: gerar emprego. Gerou emprego para nós, é fundamental para o país”, observou a petista antes de se reunir com um grupo de sindicalistas.
Nesta terça, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também desferiu críticas ao programa de governo de Marina. Segundo ele, as propostas do PSB contêm elementos que podem reduzir a atividade econômica. “Um choque [aumento forte] do [superávit] primário pode ser temerário e paralisar a atividade econômica”, advertiu o titular da Fazenda.