A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) em entrevista a “O Estado de S. Paulo”, transmitida ao vivo pelo site do jornal, que desconhecia a existência de algum “malfeito” na Petrobras e que, se tivesse recebido informação, teria adotado medidas contra eventuais irregularidades.
Dilma afirmou que pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso aos depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso no Paraná, que negociou um acordo de delação premiada em troca de eventual redução da pena. A presidente disse que fez o pedido para saber se há integrantes do governo envolvidos. Afirmou que, se não for atendida, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a revista “Veja”, nos depoimentos, Costa delatou dezenas de deputados federais, senadores, governadores e um ministro que supostamente recebiam propina de contratos da estatal com outras empresas. O acordo de delação premiada ainda depende de homologação pela Justiça, que dependerá da comprovação de que as denúncias do ex-diretor têm fundamento.
“Não tinha informação de malfeito, porque, se eu tivesse, teria tomado medida”, declarou a presidente, ao responder sobre se havia suspeitas quando, em 2012, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afastou diretores da empresa.
Dilma considerou “estarrecedor” o envolvimento de um servidor de carreira da Petrobras nas supostas irregularidades. “É interessante que a gente lembre que esse diretor é do quadro de carreira da Petrobras, o que é mais estarrecedor […]. É surpreendente que ele faça isso. Isso nada tem a ver com gestão. Tem a ver com fato básico de que há sempre que se ter muito cuidado com a questão do uso indevido do dinheiro público”, afirmou.