O candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira, 11, durante sabatina no G1, estar certo de que o governo da presidente Dilma Rousseff fará um reajuste da gasolina após as eleições de outubro. “Não imaginem que não vai haver reajuste. O orçamento fiscal já não suporta esse tipo de mágica que eles estão fazendo”, disse.
“Todo mundo sabe neste País que ela mandou segurar o aumento da energia. E combustível é a mesma coisa”, afirmou o candidato. Campos evitou responder diretamente se, caso seja eleito, daria o aumento considerando o cenário de o governo não fazer o ajuste ainda neste ano. Argumentou, então, ter certeza de que o ajuste será feito pelo governo Dilma, como já sinalizado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela própria presidente.
O candidato do PSB repetiu ser favorável a uma regra “clara” para o preço dos combustíveis, que não prejudique o setor do etanol.
Campos afirmou também que é preciso “blindar” a Petrobras de interferência política e partidária. “Precisamos garantir rédeas seguras e direção profissionalizada para resgatar a Petrobras, que é fundamental para investimentos navais e de petróleo”, afirmou,
Campos defendeu que o País pode perseguir uma meta de 3% para a inflação. Para tanto, disse que é preciso, primeiramente, chegar ao centro atual de 4,5%. Questionado se uma queda na inflação não desaceleraria ainda mais a economia, Campos refutou tal hipótese dizendo que cenário contraditório é o que vemos hoje, de inflação alta e crescimento baixo, causado por uma “crise de confiança”.
Campos afirmou que o governo de Dilma Rousseff adotou “medidas pendulares” e teve “um certo preconceito com a iniciativa privada”. O candidato disse ainda que esse cenário pode ser corrigido com melhorias na governança macroeconômica.
O candidato do PSB repetiu sua proposta de reforma tributária “fatiada”. “Eles queriam fazer um projeto para entrar em vigor no ano seguinte”, disse, sobre propostas de governo anteriores que falharam. Campos defendeu que, em etapas e com um modelo de transição, a reforma tributária pode ser implantada em “menos de uma década”, de forma a acabar com distorções que oneram a produção brasileira.
Questionado também sobre como resolveria o problema do abastecimento de água em São Paulo, se eleito, Campos respondeu que sua aliança com Marina Silva é importante justamente por aumentar o valor do desenvolvimento sustentável. Segundo ele, é preciso fazer mais obras e aumentar o uso racional de água e energia. “Mais de 50% da água que se produz não chega na casa do consumidor”, apontou.
O candidato voltou a defender o ensino em tempo integral no País e a valorização do piso nacional dos professores.
Perguntado sobre quem apoiaria em um segundo turno com Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PSB), Campos preferiu não responder. “Vamos esperar o segundo turno, porque tenho certeza que estarei lá e essa pergunta será feita aos meus concorrentes” disse.
No último bloco da sabatina, Campos respondeu sim ou não às questões apresentadas. Ele se posicionou a favor de um imposto sobre grandes fortunas, da união civil entre homossexuais e da obrigatoriedade do voto. O candidato disse ser contra a legalização da maconha, as privatizações de estatais, o foro privilegiado para políticos, o ensino religioso nas escolas, a unificação das polícias e a descriminalização do aborto.
Em suas considerações finais, voltou a criticar o atual governo pela imagem “irreal” que é passada do Brasil. “Já tivemos governos do PSDB e do PT, agora o Brasil precisa de um governo que faça uma nova pauta”, concluiu.