A presidente Dilma Rousseff disse neste domingo (10) que a Petrobras tem que ser preservada dos embates eleitorais e que a estatal, e a sua direção, não podem ser comprometidas por “qualquer factoide político.”
“Eu acho que se tem uma coisa que a gente tem que preservar, porque tem sentido de estado e país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país [Petrobras]. Isso não é correto, não mostra nenhuma maturidade”, disse Dilma a jornalistas durante entrevista no Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Eu acho fundamental que na eleição e nesse processo nosso haja maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”, completou a presidente.
A Petrobras está no foco de uma crise provocada por suspeitas de irregularidades envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. O negócio é investigado por duas CPIs, pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou que a aquisição da refinaria provocou prejuízo de US$ 792,3 milhões à empresa brasileira.
O caso ganhou ainda mais destaque porque Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras na época em que a compra de Pasadena foi aprovada (ela era ministra da Casa Civil no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
Após a abertura de investigação pelo TCU, Polícia Federal e Ministério Público, Dilma afirmou que só aprovou a compra dos primeiros 50% de Pasadena porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era “falho” e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal.