O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta sexta-feira (1º), em entrevista exclusiva à GloboNews, que sua promessa de oferecer passe livre para estudantes, caso eleito, se restringe aos alunos de escolas públicas ou beneficiários do Prouni e Pronatec, programas que concedem bolsas a estudantes de baixa renda em instituições privadas.
O ex-governador de Pernambuco tem apresentado o passe livre, reivindicação que deu início à onda de manifestações populares de 2013, como um dos compromissos de seu eventual governo.
De acordo com o presidenciável do PSB, é viável oferecer a gratuidade no transporte público aos alunos da rede pública. Nas contas dele, a medida custaria cerca de R$ 12 bilhões por ano aos cofres públicos. Ele ressaltou que, se eleito, convocará estados e municípios para auxiliar a bancar o benefício.
“Estamos cheios de relatos de pessoas que são cotistas de universidades públicas e que não têm como pagar passagem, se alimentar e morar onde tem a universidade.
Temos de fazer os programas e acompanhá-los. O que adianta criar a expectativa na vida de um jovem de que ele vai ter uma universidade para estudar? Ou a gente cuida da educação como prioridade ou é só discurso”, afirmou o ex-governador.
Em julho, logo após Campos passar a repetir em suas agendas eleitorais a promessa de passe livre, o PT publicou em seu site e em sua página no Facebook um artigo que classificava a proposta do candidato do PSB de “meramente eleitoreira”. Segundo o texto, em janeiro de 2012, época em que ainda governava Pernambuco, ele teria reprimido com forte “ação policial” os protestos estaduais que reivindicaram a gratuidade no transporte público.
Na entrevista, Campos foi indagado sobre o motivo de não ter implantado a medida ao longo dos oito anos em que governou Pernambuco.
Ele respondeu que não é possível “comparar” as condições financeiras de um estado do Nordeste com as do governo federal. “São coisas diferentes”, ponderou.
Ele também voltou a dizer que, se vencer as eleições de outubro, vai universalizar o ensino integral nas escolas públicas. Campos afirmou que é possível antecipar o cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que trata do ensino integral nas instituições de ensino brasileiras.
Uma das metas do PNE prevê que o Estado implante a educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas nos próximos dez anos, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. O plano nacional foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano.