A uma plateia formada em maioria por prefeitos gaúchos, o candidato do PSB à Presidência da República Eduardo Campos reforçou nesta quinta-feira (31) um compromisso, já firmado no início da corrida eleitoral, de aumentar em 2% as transferências de impostos para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O discurso foi feito durante um painel organizado pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) em um hotel em Porto Alegre. Três temas foram abordados no evento: pacto federativo, financiamento da saúde e educação e burocracia.
“Os 2% a mais é um compromisso nosso. Isso custará em torno de R$ 6 bilhões. É menos da metade do que custa 0,5% da [taxa] Selic, quando o Banco Central se reúne em Brasília”, sustentou. “O governo federal não tem [dinheiro] para calçamento de rua, para saneamento, mas tem para outras coisas”, criticou.
A promessa teve aplausos como resposta. O repasse de 2% do valor de impostos aos municípios é uma demanda que foi levada à Brasília em maio, durante a 17ª edição da Marcha em Defesa dos Municípios.
Para ele, o país está a caminho do “atoleiro” e passa pela pior crise fiscal da história. “Baixo crescimento, juros alto e inflação crescente”, listou. “Ou muda o jeito de governar o Brasil, ou a gente vai pra onde? Pro atoleiro. Nos últimos 20 anos fomos governados pelo PSDB e pelo PT. Tanto PSDB tirou dos municípios, quanto PT. Claro que tivemos conquistas, tivemos avanços, não vamos negar. Mas todo esse processo atual em Brasília leva a política a um descrédito”, emendou.
Acompanhado do candidato ao Senado Beto Albuquerque (PSB), o ex-governador de Pernambuco foi recebido por lideranças políticas de partidos aliados, entre eles o senador Pedro Simon, o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul e José Fogaça (PMDB), ex-prefeito de Porto Alegre e um dos principais nomes da sigla no estado. Na chegada, experimentou chimarrão. Em seguida, deu início ao discurso.
A gestão da presidente Dilma Rousseff e o atual modelo econômico brasileiro foram os principais alvos de críticas. “Não só é possível, mas é necessário mudar o Brasil. Dos problemas nós sabemos, a demanda nós conhecemos. O atual governo insiste em governar com 39 ministérios. Políticos que vivem com a cabeça no século XIX. Uma coisa é você fazer aliança em torno de um programa”, argumentou. “O Brasil precisa reencontrar o caminho do crescimento econômico e distribuição de renda”, complementou.