Continuando a nossa matéria iniciada em 17/06/2014, voltamos ao Brasil.
Segundo Jorge Kajuru, em recente matéria da revista Veja,“a Alemanha gastou R$ 9,6 bilhões com a sua Copa e a FIFA abocanhou R$ 5 bilhões; a África do Sul gastou R$ 11 bilhões e a FIFA ficou com R$ 6 bilhões. Quanto ao Brasil, foram gastos R$ 35 bilhões em valores oficiais e a FIFA deve dar uma mordida em R$ 15 bilhões aproximadamente”.
Ressalte-se que esse lucro exorbitante deve-se ao fato de termos dado total isenção de impostos. Até parece que o então presidente Lula quando fez as negociações para sediar o Mundial estava mais para presidente da Suíça que do Brasil. A presidente Dilma” está cumprindo o que foi pactuado e nada tem a ver com a babaquice do seu antecessor.
Por mais que alguns números sejam propagandeados, a verdade é que não é fácil estimar com precisão os impactos econômicos de uma Copa. Há quem defenda que os Mundiais deixam um legado em infraestrutura fornecendo base maior para o crescimento econômico. Que a Copa incrementa o PIB do país nos anos de preparação, durante o evento e principalmente depois dele.
Mas também há economistas que consideram esses efeitos pouco significativos. Para eles, o país ganha de um lado com os investimentos feitos, mas perde de outro com os investimentos deixados por fazer.Você introduz uma obra aqui, mas deixa um buraco ali; melhora o aeroporto “A”, em detrimento de deixar outros em total abandono.
O orçamento é escasso e não dá pra fazer tudo para todos ao mesmo tempo. Há ainda outra questão relevante: com a Copa, aumenta a quantidade de feriados e quando as cidades-sede decretam feriado nos dias de seus jogos o efeito é ainda mais perverso (as empresas são obrigadas a parar a não ser que prefiram pagar hora extra aos funcionários). Hora extra dobrada, afinal, é feriado.
Outro dado chamativo: segundo a Federação do Comércio Paulista – FECOMÉRCIO , o Brasil deixará de produzir durante a Copa o equivalente a R$ 30 bilhões, que representa uma cifra alta para a nossa já combalida economia .
Para não me tornar mais prolixo, encerro com as considerações abaixo:
Quanto ao retorno econômico não me compete fazer qualquer juízo de valor. Deixo para os “experts”, pois prefiro aguardar e conferir os números que virão. Os dados que expus sobre Alemanha e África visam tão somente fazer um comparativo para fecharmos a nossa matéria com uma afirmativa óbvia: Se nos outros países o investimento deu certo e por aqui não vir a funcionar temos que parar para descobrirmos onde, quando e por que falhamos. E que voltem as manifestações.
Danizete Siqueira de Lima.