A executiva estadual do Partido dos Trabalhadores decidiu, na manhã desta quinta-feira (31), pela expulsão do deputado estadual Luiz Moura (PT-SP) da legenda. Moura é suspeito de envolvimento com facções criminosas em São Paulo desde março, quando foi flagrado pela polícia em reunião com supostos criminosos. A decisão ainda precisa ser ratificada pelo diretório estadual do partido.
Segundo o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, a decisão pela expulsão foi unânime. O diretório, que tem o poder de expulsar de fato Moura do partido, vai se reunir na manhã desta sexta-feira (1º). De acordo com Souza, o deputado teve “amplo direito de defesa”.
“Ele foi chamado para essa própria reunião. Foi notificado no dia 18 e foram dados dez dias para ele apresentar documentos, testemunhas. Hoje ele poderia trazer até oito testemunhas e não trouxe nenhuma, não veio”, disse.
De acordo com o presidente do diretório estadual, a decisão foi tomada por causa do “dano causado à imagem do PT por conta das acusações e depois ainda concluindo com a ação que ele fez contra o partido desestabilizando toda a nossa coligação”.
No início do mês, Moura conseguiu liminar anulando a convenção estadual petista, da qual ele não pôde participar por ter sido afastado do partido. A liminar foi derrubada, mas, se tivesse sido mantida, poderia implicar no fim das candidaturas estaduais petistas, inclusive as de Alexandre Padilha, candidato ao governo do estado, e de Eduardo Suplicy, que concorre à reeleição no Senado por São Paulo.
Moura já afirmou que é inocente e usou a bancada da Assembleia Legislativa para dizer que ainda não é nem objeto de investigação formal. O procurador-geral de Justiça do estado entrou com um pedido no Tribunal de Justiça (TJ) na última quinta (24) para investigar o deputado. Segundo o Diário Oficial, o objetivo é a apuração de eventual prática de crimes de organização criminosa, extorsão, constrangimento ilegal, apropriação indébita, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e abuso de autoridade. O TJ ainda não se manifestou.
Para o partido, porém, o fato de o deputado não ser ainda alvo de investigação é indiferente. “A decisão do PT não precisa esperar fatos policiais ou conclusão de inquérito policial”, disse Souza. Segundo ele, a legenda “não é um órgão de investigação”. “Nós não temos qualquer tolerância com mal feito. Cabe aos partidos políticos filtrar aqueles que militam no seu interior e nós entendemos que a conduta dele não é compatível com as propostas do PT”, disse. (Do G1 São Paulo)