
O corpo do escritor João Ubaldo Ribeiro, que morreu na madrugada desta sexta-feira (18) no Rio, começou a ser velado no início da tarde na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio. O acadêmico foi vítima de uma embolia pulmonar e morreu em casa, no Leblon.
Inicialmente, o corpo de João Ubaldo seria velado a partir das 10h na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio, mas a cerimônia sofreu atrasos por conta da chegada dos filhos que vieram de outros estados, e acabou sendo adiada para às 12h.
O velório acontecia no Salão dos Poetas Românticos e é aberto ao público, até as 19h. Duas filhas do autor chegaram no local no início da tarde. A academia decretou luto por três dias.
Várias coroas de flores chegavam à ABL durante toda a manhã, entre elas homenagem de um dos bares frequentados pelo imortal. O corpo só chegou ao local, entretanto, por volta das 11h30.
De acordo com funcionários do Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul, o sepultamento do acadêmico estava previsto para ocorrer às 16h. Por conta das mudanças e da chegada de uma das filhas dele, que mora da Alemanha, o enterro foi adiado para sábado (19).
O escritor era o 7º ocupante da cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco. O secretário geral da ABL, Domício Proença Filho, disse Ubaldo era um escritor voltado para o povo brasileiro.
“Ele não vinha sempre, mas quando vinha era uma festa, com aquela voz de barítono, aquela alegria. Ubaldo era um escritor voltado para o povo brasileiro, a realidade brasileira, com a justiça social. Tinha personagens que retratavam bem essa realidade. Tenho certeza que Zecamunista deve estar muito triste hoje”, disse Proença.
O presidente da ABL Geraldo Holanda Cavalcante contou que, nos quatro anos de presidência, encontrou com Ubaldo apenas uma vez, por conta de problemas de saúde do escritor.
“Ele deixa uma marca profunda na história do romance, com ‘Viva o povo brasileiro’ . Só estive com ele uma vez. Mas sei que ele era uma pessoa jovial, alegre, amigo e muito companheiro. Ele revolucionou o romance brasileiro com ‘Viva o povo brasileiro’ e ‘Sargento Getulio'”, disse o presidente.
