
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, descartou nesta terça-feira (4) que a falha registrada mais cedo, e que provocou falta de energia em parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Tocantins, no Norte, esteja relacionada com o aumento do consumo de energia nas últimas semanas, provocado pelo calor.
Pouco depois da entrevista, na qual Zimmermann não soube informar o que provocou o problema que prejudicou 11 estados do país, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou em comunicado oficial que o apagão iniciou-se após um curto-circuito numa linha de transmissão localizada em Tocantins.
Mais de 3,5 milhões de consumidores foram afetados nos 11 estados atingidos. Em São Paulo, 1,2 milhão foram prejudicados, segundo a Eletropaulo. No Rio, 880 mil, informaram as concessionárias Light e Ampla.
O secretário-executivo apontou que não houve “desligamento descontrolado” e que a interrupção no fornecimento de energia foi provocada por um sistema automático que atua na rede de transmissão de energia elétrica e impede que uma falha cause problemas maiores.
“Aparentemente, o sistema funcionou como deveria funcionar. Poderia ter acontecido [interrupção no fornecimento de energia] como em outros eventos, como quando apagou o Nordeste todo”, disse Zimmermann.
Ele se refere ao episódio ocorrido em agosto do ano passado, quando uma queimada em uma fazenda do Piauí atingiu a rede de distribuição de energia e levou à falta de luz em todos os estados da região Nordeste. Na ocasião, a distribuição caiu de 10 mil megawatts para mil megawatts e deixou no escuro por algumas horas boa parte dos municípios nordestinos.
Zimmermann disse ainda que o sistema de energia brasileiro é “complexo”, conta com mais de 100 mil quilômetros de linhas de transmissão, e que falhas como a registrada nesta terça “ocorrem, apesar de trabalharmos com nível de confiabilidade muito alto”.
“[A falha no fornecimento de energia registrada nesta terça] não tem nada a ver com estresse do sistema”, disse Zimmermann durante entrevista coletiva na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília.
No início da entrevista, Zimmermann afirmou que o sistema elétrico brasileiro é “equilibrado” e que não existe risco de faltar energia no país devido à falta de chuva e queda no nível dos principais reservatórios de hidrelétricas.
O discurso é muito parecido com o do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que afirmou na segunda-feira (3) que é “zero” o risco de faltar energia no país, por conta da falta de chuvas e queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas.(G1.COM)
