
O Ministério da Justiça confirmou na tarde desta quarta-feira (5) a prisão do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Ele foi preso pela polícia da Itália, onde estava foragido.
O ministério disse ainda que encaminhará o pedido de extradição do brasileiro, que tem cidadania italiana, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido será feito após a comunicação formal da PF ao Ministério da Justiça.
“Eu confirmo que Pizzolato foi preso. Foi um trabalho de investigação conjunto da Polícia Federal brasileira e colaboração total polícia italiana”, afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Pizzolato foi um dos condenados no julgamento do mensalão no Supremo e estava foragido desde 2013. Ele teve sua prisão decretada em novembro do ano passado, ocasião em que se descobriu que ele havia deixado o país.
Um dia após a expedição de seu mandado de prisão, em novembro, Pizzolato divulgou por meio de seu advogado uma carta dizendo que havia fugido para a Itália com o objetivo de escapar das consequências de um “julgamento de exceção”.
“Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália”, diz trecho da carta deixada por Pizzolato.
Em entrevista coletiva nesta tarde, Cardozo disse que “a prisão demonstra a competência da Polícia Federal do Brasil e responde às criticas contra o órgão.” À época da fuga, o governo foi criticado pela oposição pela falta de vigilância das fronteiras nacionais e o ministro chegou a ser convidado a dar explicações sobre o caso em audiência no Congresso.
O ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. No julgamento de 2012, o Supremo concluiu que ele desviou, mediante empréstimos fictícios, R$ 74 milhões do fundo Visanet, do Banco do Brasil — dinheiro que abasteceu o “valerioduto”.
