
O que nos espera em 2014?
O nosso querido cronista e colaborador deste Blog, meu amigo/irmão Ademar Rafael Ferreira, que hoje reside lá pras bandas de Marabá (PA), na Região Norte do País, escreveu a última crônica do ano de 2013, na segunda feira (30), e fez uso da numerologia para retratar um diagnóstico dos seis fatos que considerou mais marcantes no ano findo.
Como as nossas crônicas são postadas às quartas feira, sobrou para o “Perninha” a missão de escrever a primeira crônica do ano, que, por coincidência, caiu no primeiro dia de janeiro.
Destarte, vamos ao que interessa. Não sou e não tenho a menor pretensão de virar futurólogo, mas, pela experiência acumulada nesses 57 anos bem vividos (graças a Deus), e com a lucidez que esses cabelos brancos insistem em esconder, vamos abordar dois assuntos que marcarão o calendário do ano que se inicia.
Antes, porém, peço desculpas pelo excesso de palavras e sugiro-lhes que leiam a mensagem até o final. Pode parecer grande, mas é bem menor do que o abacaxi que iremos descascar ao longo desses doze meses. O primeiro deles, como não poderia ser diferente, refere-se à Copa do Mundo. Um evento caro, de cunho mundial, no qual a FIFA (“coitadinha”) abocanha alguns trocados para acumular aos já existentes no paraíso Suíço – coisa que até hoje não entendi como e porque funciona dessa forma.
Dando uma rápida pincelada, vamos aos números: com uma tabela de 32 seleções, dividida em 8 grupos de 4, a Copa terá sua abertura no dia 12/06, quando o Brasil enfrentará a Croácia, às 17h, no Itaquerão (SP), e a grande final acontecerá no dia 13/07, às 16.00h, no Maracanã (RJ). O Brasil está no grupo A, considerado fraco e composto por Brasil, Camarões, Croácia e México. Entre todos, o grupo mais forte, chamado “grupo da morte”, é o “D”, composto pelas seleções de Costa Rica, Inglaterra, Itália e Uruguai.
Como sabemos, esse é um fato que consegue parar o mundo, e como todas as atenções são voltadas para o evento, ele tem a força de reduzir o calendário civil brasileiro de doze para onze meses. Conforme dissemos anteriormente, não somos futurólogos e não sabemos quem será o grande campeão, o que sabemos é que a Copa passa, e fica para nós, pobres mortais, o ônus das obras faraônicas, tipo o estádio Mané Garrincha, em Brasília, que já foi duramente criticado por nós; o da Arena Pernambuco e suas extravagâncias para se chegar até lá, em uma cidade onde as pessoas vivem sem moradia digna, segurança, educação de qualidade e carentes de saneamento básico (só para citar alguns exemplos). Quem for a São Lourenço da Mata vai ter oportunidade de comprovar o que digo.
Fica ainda o ônus das super obras em que o governo do Estado vem trabalhando dia e noite para conclusão em tempo hábil, como viadutos, túneis, estações de metrô e por aí vai.
Mas, como costumamos dizer: tudo é possível no País do futebol e do carnaval. Os contrastes são frequentes e as inversões de prioridades surgem como num passe de mágica para agradar a grupos de elite e classes privilegiadas, contanto que fiquemos bem na foto e possamos aparecer para o mundo.
A segunda coisa é ainda mais séria: eleições majoritárias. Em outubro o Brasil inteiro para, quando os eleitores irão às ruas escolher Presidente, Senador, Deputado Federal e Estadual.
Aí, também, o bicho pega. Haja dinheiro sujo, ilícito, adquirido sabe-se lá como, mas com um endereço certo: a consciência – ou a falta dela – de nosso pobre eleitorado.
É lá quando vão surgir milhares de candidatos; a maioria com uma ficha mais suja que “puleiro de pato”. No entanto, falam bonito, tem dinheiro, poder de barganha e conhecem como ninguém o terreno onde estão pisando. Se tivéssemos aprovado a “Lei da Ficha Limpa”, mais de 20% dos políticos que estão no poder já teriam sido banidos dos cargos ou, pelo menos, perdido a condição de se recandidatarem, e o lamaçal no qual estamos metidos estaria menos fétido.
E enquanto assistimos ao Lula comparar José Sarney a Ulisses Guimarães no papel de Constituinte; José Dirceu sendo chamado para gerenciar um hotel que ninguém sabe a quem pertence, com um salário de R$ 20.000,00; José Genoíno brigando na justiça para se aposentar por invalidez; Donadon despachando direto do presídio da Papuda em Brasília e Renan Calheiros viajando em jatinhos do governo para fazer implante capilar em Recife, não adianta reclamarmos.
A resposta terá que ser dada quando estivermos cara a cara com esses ladrões, nas urnas eletrônicas do Tribunal Eleitoral, em outubro próximo.
Danizete Siqueira de Lima.
Janeiro de 2014.
