A Justiça norte-americana determinou, nesta quinta-feira (23), que representantes do Department of Children and Families (DCF), espécie de conselho tutelar dos EUA, avaliem a possibilidade de um casal amigo da pernambucana Karla Janine Albuquerque, 41, ficar com a guarda da filha dela, de apenas 6 anos. A brasileira acusa o ex-marido de ter cometido crime sexual contra a menina e está presa no Texas por ter descumprido uma ordem judicial. Sem comunicar o Poder Judiciário, ela mudou-se da Flórida para o Texas com a criança, impedindo que o pai visitasse a garota, conforme determinação da Corte.
A audiência desta quinta foi acompanhada pela tia da menina, Karine Santos. Ela contou que Karla pôde rever a filha, que teria chorando muito durante a sessão. Desde 16 de janeiro, quando a pernambucana foi detida, a menina está morando em um abrigo. O pai, que é investigado pelo suposto crime, também compareceu ao local com dois advogados. Segundo a família de Karla, ele está na lista de “sexual offenders” (criminoso ou transgressor sexual), mantida pela polícia da Flórida.
“Eu sou favorável que a criança fique com o casal. Eles são educadores cristãos. Eu os conheci, convivi com eles. É uma alternativa”, comentou a avó da criança, Kátia Sarmento Martins, defensora pública aposentada que mora no Recife. Nesta quinta, ela participou de audiência na Associação dos Defensores Públicos do Estado de Pernambuco (Adepepe) e foi comunicada que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai entrar no caso. “Tenho uma reunião na próxima segunda (27) com os dirigentes da regional de Pernambuco. Eles vão entrar em contato com órgão semelhante nos EUA para tentar ajudar a minha filha”, acrescentou.
Ainda conforme a família, uma nova audiência foi marcada para a próxima quarta (29) pela Justiça norte-americana, que deve se pronunciar, após receber a análise do Department of Children and Families, sobre quem ficará com a guarda da garota. O Itamaraty acompanha o caso. O G1 entrou em contato com o escritório de advocacia contratado pela pernambucana, mas a advogada responsável informou que não poderia se pronunciar. A reportagem não localizou os advogados de defesa do pai da criança para comentar o assunto. A família de Karla criou um site para arrecadar fundos e pagar os custos do processo judicial.