O pleno do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu abrir um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta da juíza Andréa Calado, da Vara da Infância e Juventude de Olinda. A decisão foi tomada na tarde desta segunda-feira (13), em sessão realizada na Corte do Tribunal, no Centro do Recife. Contudo, Andréa não será investigada pelo caso de adoção de uma criança no ano passado.
A sessão desta segunda foi a continuidade da ocorrida na última semana, no dia 6, quando oito desembargadores apresentaram seus votos. Naquela sessão, sete desembargadores solicitaram a abertura do PAD, dois pediram o arquivamento do processo e três não votaram (um não compareceu e os outros dois solicitaram vistas processuais. Na nova sessão, a decisão foi tomada por oito votos a favor e sete contra. Entre os votos contra, está o do presidente do TJPE Jovaldo Nunes.
Com a decisão, a juíza será investigada por denúncias feitas por servidores, como vazamento de informações de processos, a instituição de uma cota para suprir o desaparecimento de uma determinada quantia de dentro da vara e denúncias de assédio moral ralatadas pelos servidores.
A magistrada não será investigada pela sua conduta no processo de adoção ocorrido no ano passado, quando ela tentou facilitar a guarda de uma criança para um casal formado por uma esteticista carioca e um piloto norte-americano, que não estavam inscritos no Cadastro Nacional de Adoção. Os desembargadores entenderam que isso se trata de um trâmite judicial, e não administrativo. O caso foi encerrado, já que a criança foi devolvida pelo casal ao abrigo onde se encontrava até então. A criança já está sob a guarda de outra família, inscrita no cadastro nacional.
O relator do PAD será o desembargador Fausto Campos e não há prazo para conclusão das investigações. Entre os atos que o desembargador deverá tomar, está ouvir Andréa Calado e outras pessoas ligadas às denúncias.