
A exemplo de Aloizio Mercadante, que há dois dias passa mais tempo na Casa Civil do que no Ministério da Educação, cargo que ainda ocupa na Esplanada dos Ministérios, o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro, teve nessa segunda-feira um dia de ministro. Convidado oficialmente para ser o sucessor de Alexandre Padilha após uma conversa com a presidente Dilma Rousseff, às 9h30, Chioro almoçou com o atual titular da pasta e se encontrou novamente com a presidente no fim da tarde, no Palácio da Alvorada. À noite, despacharia informalmente com os dois principais secretários do ministério, Helvécio Magalhães (Atenção à Saúde) e Mozart Salles (Gestão do Trabalho e Educação na Saúde).
Mesmo tomando posse apenas no início de fevereiro, Chioro integrará, ao lado de Padilha, a comitiva presidencial que viaja a Cuba nos próximos dias, quando serão realizados encontros com os governantes locais para aprofundar o Programa Mais Médicos, principal marca do primeiro mandato de Dilma na área e que será usado como bandeira eleitoral na disputa presidencial de outubro. Até março, devem desembarcar cerca de 5 mil profissionais cubanos no Brasil.
Chioro está sob investigação do Ministério Público de São Paulo por ser dono de uma empresa, a Consaúde Consultoria LTDA. – que prestava consultoria para outras prefeituras petistas, como Ubatuba (SP) e Botucatu (SP). A Lei Orgânica de São Bernardo do Campo (SP), onde Chioro ainda dá expediente, proíbe que secretários municipais sejam donos de empresas que mantenham contratos com entes públicos.
Pelo menos por enquanto, a investigação não foi um impeditivo para que Chioro se torne ministro após o retorno de Dilma de Cuba. Ele comandará um gigantesco orçamento de R$ 106 bilhões previstos este ano e conduzirá o Programa Mais Médicos – Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, também deve surfar nessa onda. O atual ministro vai se desincompatibilizar em fevereiro e uma enorme caravana está sendo montada pelo PT paulista para que ele percorra o estado na tentativa de se tornar mais conhecido entre a militância e o eleitorado. (João Valadares – Correio Braziliense)
