O pior cego é aquele que não quer enxergar.
Hoje vamos falar de uma garotinha que vimos nascer. Trata-se de Yane Márcia Campos da Fonseca Marques, filha do casal amigo nosso, Wanderly Galdino e Gorete Fonseca, nascida em 07 de janeiro de 1984 e que hoje está com os seus 29 anos muito bem vividos.
Desnecessário se faz dizer para os afogadenses quem é Yane mas, como a Internet não tem fronteiras, vamos dar uma olhadinha no currículo dessa guerreira:
6 vezes campeã brasileira, 7 vezes campeã sulamericana e, pela ordem, ano a ano:
2007 – Campeã dos jogos Pan americanos – Rio de Janeiro, 2008 – 18ª colocada nos jogos olímpicos de Pequim, 2009 – Prata na final da copa do mundo do Rio, 2010 – Prata no campeonato mundial militar em Praga, 2011 – Prata nos jogos Pan americanos de Guadalajara, 2012 – Bronze na final da copa do mundo na China; campeã do Open Francês em Paris e bronze nos jogos olímpicos de Londres, 2013 – Bronze na primeira etapa da copa do mundo Palm Springs e, ainda:
Eleita a melhor penta atleta do estado de Pernambuco no período 2004/2012, a melhor do Brasil de 2005/2012 e, por último, eleita integrante da Comissão dos Atletas do Comitê Olímpico Brasileiro, já em 2013.
O penta atletismo torna-se um desafio dificílimo pelo simples fato de envolver cinco modalidades do esporte em uma só competição: esgrima, tiro ao alvo, atletismo, hipismo e natação. Diante de tantas conquistas feitas por Yane só nos cabe uma pergunta: Falta yane ganhar mais o quê? – O RECONHECIMENTO. É só o que está faltando. O resto ela fez tudo.
Sabemos das dificuldades que Yane enfrentou e enfrenta em suas competições nacionais e internacionais. Não é fácil cumprir essa maratona de treinamentos e incansáveis viagens por esse mundo a fora, obedecendo calendários de comitês olímpicos com uma agenda igual a da nossa super atleta.
Sabemos, também, que, além da sua garra e da auto disciplina, inerentes a quem quer alcançar seus objetivos, tudo implica em custos financeiros e não são poucos. Quando um(a) atleta chega a esse nível as cobranças também aumentam e à custa de muito sacrifício, suor e lágrimas, essa brilhante guerreira tem encantado o mundo com essa modalidade – nova e difícil- que nós brasileiros passamos a gostar depois que a conhecemos.
Diante de tantos argumentos não consigo entender porque até hoje não surgiu um patrocinador da iniciativa privada para investir nessa fera. Alguém pode até sugerir: E os governos estadual e federal? Relaxa. Esses não tem dinheiro para incentivo ao esporte.
Os milhões que são torrados diariamente, fruto da arrecadação de impostos que são pagos com o suor dos trabalhadores, têm outras finalidades como a Fundação Sarney, no Maranhão, o Parque Dona Lindu, em Pernambuco, financiamentos de desfiles de Escolas de Samba no Rio de janeiro e outras aberrações que nos causam estarrecimento e revolta.
Qualquer pessoa medianamente informada sabe do que eu estou falando. Por que o lutador baiano Arcelino “Popó” parou de lutar? Perguntem ao nadador César Cielo que tipo de ajuda ele tem recebido do governo? E Daiane dos Santos, Diego Hipólito,Yane? . Esses nós conhecemos, esses têm histórias diferentes dos outros que são apadrinhados.
A dura verdade é que a grande preocupação dos nossos políticos é com coisas que rendam votos, poder, fama, dinheiro. Aí sim, as verbas aparecem e os recursos são destinados para se gastar ao seu bel prazer por terem retorno garantido.
Fechando a nossa matéria: Num país que devolve à Renan Calheiros o trono de Presidente do Senado, de onde saiu por roubo, e José Genoíno, deputado federal condenado pelo STF no famoso escândalo do mensalão, reassume sua cadeira na Câmara dos Deputados, o que podemos esperar?
Agora a pergunta que não quer calar e que sempre a faço em minhas crônicas: de quem é a falta de vergonha?
Por: Danizete Siqueira de Lima.