Todo treinador precisa de uma estrela
Quem não lembra de Eduardo Baptista, no Sport Club do Recife? O filho de Nelsinho Baptista, que fez história no clube pela conquista da Copa do Brasil, era preparador físico do clube e virou técnico de uma hora pra outra. Conhecedor do elenco e com um pouco de sorte, Eduardo fez um bom trabalho no pouco tempo que assumiu o comando técnico do Leão da Praça da Bandeira.
Recentemente, com a saída de Oswaldo de Oliveira para assumir o Corinthians, o Sport trouxe um conhecido nosso para ficar a frente do clube, faltando poucas rodadas para o final do Campeonato Brasileiro. Ex-jogador, com passagens pelo Náutico e pelo próprio Sport, onde teve um papel fundamental em algumas conquistas, Daniel Paulista assumiu o cargo de treinador em outubro e perdeu apenas uma das quatro partidas que disputou até o presente, o que representa um aproveitamento de 75%.
A melhora nos números devolveu o time para os braços da torcida que lotou a Ilha do Retiro nas duas últimas partidas em casa. Foram 24.138 torcedores contra o Vitória, pela 31ª rodada, quando o Leão venceu por 1 x 0 e com o mesmo placar de 1 x 0, 24.324 torcedores viram o jogo contra a Ponte Preta. Vale salientar que o time vinha rondando a Zona de rebaixamento e, mesmo assim, a torcida não o abandonou.
O destaque maior fica por conta do último jogo, lá em Porto Alegre, quando o Sport após um (show à parte) promovido pelo atacante Diego Souza, massacrou o seu rival com uma pisa de 3 x 0 – que poderia ter sido bem mais expressiva – no entanto, o melhor de tudo foi a quebra de um tabu: o Grêmio nunca havia perdido para o Sport jogando em seus próprios domínios.
Outro ponto que merece destaque é a significante melhora na defesa do clube. Antes, a média de gols sofridos era de 1,6 por jogo (48 em 30 jogos). Sob o novo comando, sofreu apenas dois gols nas quatro rodadas (média de 0,5 por jogo).
Hoje à noite, pela 35ª rodada, o time pega o Cruzeiro (MG), em casa, e tem tudo para repetir as últimas atuações; em 20/11, o time joga na Arena da Baixada contra o Atlético Paranaense, pela 36ª rodada; em 26/11 pega o América Mineiro no estádio Independência, pela 37ª rodada e, por último, no dia 04/12 joga em casa contra o Figueirense (SC).
A leitura que fazemos sobre o trabalho do Daniel Paulista é positiva, pois ele pegou o Sport em um momento muito difícil (praticamente no final do campeonato) e vem mostrando que tem condições de continuar na carreira que ele está almejando, que é de treinador. O time aceitou bem as mudanças na defesa, a torcida está levando o seu apoio e o resto virá por acréscimo.Para os revanchistas, que torcem por um rebaixamento do Leão, vai o nosso aviso: ainda não será dessa vez.
Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – novembro de 2016.