Existe um grande consenso. O capitalismo é cíclico e, mesmo considerando todos os erros cometidos na política econômica brasileira nos últimos quatro anos, uma hora a crise vai acabar. Por enquanto, porém, a expectativa é que o País pelo menos pare de piorar. Segundo specialistas, o Brasil deixará a fase mais crítica da atual crise no segundo semestre de 2017.
Mas isso não significa que o PIB – Produto Interno Bruto vá começar a crescer de imediato.Vai, sim, cair menos, segundo economistas e até instituições como o FMI, que estimou uma queda de 3,3% na economia brasileira este ano, enquanto a projeção anterior, em abril, indicava uma queda de 3,8%.
“Ocorreram estimativas de que o PIB poderia cair até 3,9% este ano. Estamos percebendo que a economia mostra sinais de recuperação. No entanto, uma queda de 3% (do PIB) é forte para uma economia do tamanho do Brasil”, resume o gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
A economia é composta por algumas variáveis tangíveis que medem o desempenho de setores como o comércio e a indústria; o desemprego; a inflação e também por expectativas reveladas em pesquisas que medem a confiança dos empresários e até dos consumidores. O que contribuiu para projeções ficarem menos negativas foram as expectativas que mudaram nos últimos meses e alguns indicadores, como a inflação que está em queda. Até abril último, o IPCA – que mede a inflação oficial do País – estava em torno de 10% no acumulado dos últimos 12 meses. Agora, a expectativa é de que chegue a 7% este ano, de acordo com projeções do Banco Santander.
“A queda da inflação abre espaço para uma redução da taxa de juros, que melhora a confiança do empresariado com relação ao investimento”, diz o economista do banco Rodolfo Margato. Economista da Austin Rating, Alex Agostini acredita que a melhora do cenário econômico será constante a partir da metade de 2017 “mesmo que de forma moderada”. Afirma, ainda, que o crescimento do PIB em 2017 deve variar entre 0,7 e 1,0%, quando as projeções anteriores apontavam crescimento zero em 2017.
Após a aprovação semana passada da tão discutida PEC, que limita os gastos do governo, o ex-ministro Delfim Neto disse numa entrevista ter sido a favor da Proposta, muito embora ela sozinha não vá resolver o problema; o governo precisa de muita austeridade, apoio do Congresso na aprovação de ajustes sugeridos pela equipe econômica e da compreensão dos brasileiros, pois o País passa por um momento muito crítico, fruto do desgoverno a que esteve sujeito nos últimos anos.
Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – outubro de 2016.