O ex-senador Luiz Estevão foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (27) na casa dele, em Brasília, e levado para São Paulo, onde cumprirá pena de 3 anos e 6 meses de prisão por falsificação de documento público. Estevão foi para a Superintendência da PF em São Paulo e poderá ser transferido para um presídio na segunda-feira.
A prisão é resultado de decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que na quinta-feira (25) rejeitou recurso do ex-senador Luiz Estevão e determinou o cumprimento da pena.
Estevão é acusado de alterar livros contábeis para justificar dinheiro de obras superfaturadas para construir o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
A defesa do ex-parlamentar, condenado em outro processo a 36 anos de prisão, argumentava que a pena de 3 anos e 6 meses estava prescrita. A prescrição ocorre quando há demora no julgamento e o Estado perde o direito de punir o réu.
O advogado Marcelo Bessa, que representa o ex-senador, também argumentava que a aplicação da pena deveria ser suspensa até que o Supremo julgasse ação que questiona a legalidade de investigações feitas contra o ex-senador pelo Ministério Público Federal.
No entanto, Toffoli rejeitou o recurso e classificou o pedido de Luiz Estevão de “protelatório”. Para o ministro, o ex-parlamentar tenta reiteradamente atrasar o cumprimento da pena com o objetivo de evitar a punição.
“Nítida, portanto, a intenção do recorrente de procrastinar o trânsito em julgado da sua condenação e, assim, obstar a execução da pena que lhe foi imposta, conduta essa repelida pela jurisprudência deste Supremo ao definir que a utilização de sucessivos recursos manifestamente protelatórios autoriza o imediato cumprimento da decisão proferida por esta Suprema Corte”, afirmou Toffoli.
De acordo com a assessoria de imprensa do STF, a decisão de Toffoli será encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que enviará em seguida à Justiça Federal de São Paulo, para a execução. Não há prazo para a expedição do mandado de prisão.
O G1 entrou em contato com o advogado de Luiz Estevão, mas não obteve retorno até a última publicação desta reportagem. Quando o ex-senador foi condenado no STJ, a sua defesa alegou que apenas um documento sofreu alterações, mas que não teria provocado efeito prático nem poderia justificar a acusação.