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Crônica de Ademar Rafael

NÃO VOU SAIR

Por: Ademar Rafael

Na época do regime instalado no Brasil após movimento de 1964, que cada um denomina como melhor lhe convém, o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o” era repetido e estampado todo momento.

Hoje, no auge dos meus 63 anos, tenho uma percepção que muito foram amando o Brasil e outros tantos ficaram sem amar a pátria. O resultado é este país que temos, onde “patriotas” traem os interesses de nação e “traidores” defendem até a morte atitudes que agregam valores as causas nacionais.

A música e a poesias são dois dos poucos remédios, sem custo, que reduzem os impactos que as dualidades acima mencionadas causam em mentes de pessoas do bem.

Neste sentido transcrevo na íntegra a letra de uma música do final dos anos 1980, da lavra de Celso Viáfora, intitulada “Não vou sair”: “A geração da gente/Não teve muita chance/De se afirmar, de arrasar, de ser feliz/Sem nada pela frente pintou aquele lance/De se mudar, de se mandar desse país/E aí você partiu pro Canadá/E eu fiquei no ‘já vou já’/ Pois quando tava me arrumando/Pra ir/Bati com os olhos no luar/E a lua foi bater no mar/E eu fui que fui ficando… – Distante tantas milhas/São tristes os invernos/Não vou sair, tá mal aqui, mas vai mudar/Os velhos de Brasília/Não podem ser eternos/Pior que foi, pior que está, não vai ficar/Não vou sair/Melhor você voltar pra cá/Não vou deixar esse lugar/Pois quando tava me arrumando/Pra ir/Bati com os olhos no luar/E a lua foi bater no mar/E eu fui que fui ficando…”

Como é real a letra de “Não vou sair”. Omissos nos agarramos na beleza do luar, no mar, na esperança que as coisas vão melhorar, na renovação dos “velhos de Brasília”. Ficando e agindo individualmente, esquecendo o Brasil nada muda. Vamos decidir verdadeiramente: “Amar ou deixar”?


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