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Crônica de Ademar Rafael

PERDAS IRREPARÁVEIS

Por: Ademar Rafael

Para os amantes da leitura e frequentadores assíduos de livrarias o dia 06.07.2018 não será lembrado como a data da eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo da Rússia, pela Bélgica.

Para este grupo a grande perda da data foi o encerramento das atividades da “Livraria Cultura do Paço Alfândega”, localizada no Recife Velho. Tomei conhecimento do fato através de uma postagem do amigo Daniel
Bueno, artista de primeira grandeza, de origem na cidade de Zé Dantas, nossa querida Carnaíba.

Circula na internet uma versão que o fechamento da livraria ocorreu por força de uma disputa judicial que envolve antigos e atuais donos da empresa, questão que alcançava até a locação do imóvel onde estava instalada a empresa. É impossível descartar que a crise econômica e a nossa incapacidade de perceber que compra de livros é investimento contribuíram para o triste desfecho. O pedido de Recuperação Judicial noticiado no final de outubro corrobora com este sentimento.

O fato nos remete ao fechamento da “Livraria Livro 7”, espaço localizado na Boa Vista e muito frequentado pelos adeptos da boa e salutar leitura. Tal livraria, com espaço superior a mil metros quadrados, foi classificada
como a maior livraria do Brasil. Sua privilegiada localização permitia a assiduidade de estudante e leitores contumazes durante todo horário de atendimento. Sua grandiosidade inspirou o escritor mineiro Fernando
Sabino a denominá-la de “Maracanã do Livro”. A “Livro 7” fez tanto sucesso que era entendida como um ponto turístico da capital pernambucana. Foi e será a livraria onde eu me sentia gratificado por ter o vício da leitura.

Dia 30.10.18 Daniel Bueno replica reportagem de Maria Fernandes Rodrigues do “Estadão” que narra o fechamento de vinte lojas da Livraria Saraiva em todo país. Perdas irreparáveis.


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