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OPINIÃO DO PERNINHA

Estranhar o quê?

Depois de três matérias que tratavam dos salários dos senadores, deputados federais e estaduais, resolvemos dar uma voltinha no Portal da Transparência e encontramos alguns números curiosos, nos itens em destaque: Mordomia do carro oficial e Marajás nos três poderes.

Mordomia do carro oficial – Instituição nacional brega e cara, carro oficial de autoridades dos três poderes, em todos os níveis, da Presidência da República ao município mais pobre, continua desafiando a paciência do contribuinte brasileiro. Os gastos são absurdos e sem qualquer controle. E com suspeita de fraude. Em janeiro deste ano, mesmo com o Congresso fechado, sob recesso, sua frota foi 222 vezes a postos de Brasília, adquirindo 5.9 mil litros de combustível. Gastos do executivo e do judiciário com carros oficiais são uma verdadeira caixa preta. Em vez de extinguir, as autoridades sofisticam as mordomias. Só na compra e manutenção de carros oficiais, o governo federal torrou R$ 1,6 bilhão em 2016. Aí não estão incluídos motoristas nem combustíveis.

Para quem não sabe foi criado no governo Dilma, em segredo, uma placa de segurança, cinza, para ser usada no lugar das placas legais, brancas e pretas. E o mais gritante: adotadas até no judiciário, estas placas de segurança não estão inscritas no RENAVAN. Suas excelências, que deviam dar o bom exemplo, cansaram de ser xingadas nas ruas e optaram pelo anonimato.

Marajás nos três poderes – “Marajás” do serviço público recebem supersalários nos três poderes, contornando o teto constitucional. A malandragem consiste em não incluir nos vencimentos o que chamam de “vantagens” e outros ganhos. Um desembargador de Sergipe (estado muito rico) recebeu em janeiro deste ano, R$ 326 mil, enquanto no Tribunal de Justiça do Ceará (outro estado muito rico), 26 “marajás” embolsaram salários superiores ao limite constitucional.

Este ano, só o governo federal gastará R$ 306,9 bilhões com salários. As “vantagens” dos marajás do executivo federal somaram R$ 422,4 milhões em dezembro. Ainda não foram divulgados os dados de janeiro até aqui, mas no mês de dezembro/2016, foram pagos supersalários a 17 servidores. Dizemos que professor no Brasil é mal remunerado mas, o campeão dos supersalários, pelo menos em dezembro último, foi um professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, que embolsou R$ 157 mil, além do salário.

Para não morrer de inveja, o legislativo, também, tem seus marajás. Só na Câmara dos deputados, 21 servidores recebem ilegalmente acima de R$ 33,7 mil. E se vasculharmos tem mais absurdos por aí. Já que é pouco divulgado, cabe-nos procurar onde eles se escondem.

Entenderam a necessidade da reforma da previdência? O governo federal precisa de dinheiro para bancar esses desmandos e tem que tirar das costas de quem trabalha. Não é justo?

Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – abril de 2017.


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