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“A POPULAÇÃO PRECISA SABER DA VERDADE, ENTENDER E COMPREENDER, QUE HOJE SAÚDE E EDUCAÇÃO É SUBFINANCIADA” PREFEITO DE SERRA TALHADA LUCIANO DUQUE

FOTO: JÚNIOR FINFA
FOTO: JÚNIOR FINFA

Este blogueiro encontrou o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, que participou do Seminário NOVOS GESTORES, que aconteceu em Gravatá no início desta semana, e Duque concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog, falando sobre assuntos diversos.

Confira na íntegra:

Blog – O senhor agora faz parte da Frente Nacional dos Prefeitos do Brasil, o que é o G 100?

Duque – O G 100 é um grupo de municípios, que tem uma arrecadação per capta/habitante, abaixo da média nacional, esses municípios são cidades polos ou cidades metropolitanas, Pernambuco é primeiro lugar no Brasil, tem 16 cidades no G 100, quem administra, tem uma dificuldade muito maior por quem tem menos recurso para fazer face os serviços para a sua população, eu tenho a metade dos recursos por habitante para investir na melhoria da vida do cidadão que habita no meu município, esse é o exemplo de Serra Talhada, Jaboatão, Olinda, Araripina.

Blog – Além do G-100, o senhor agora faz parte do Comitê da Bacia do São Francisco, o senhor representa 66 prefeitos. Como funciona este Comitê?

Duque – O comitê da Bacia, é uma estância que tem uma importância muito grande, discute o desenvolvimento territorial da bacia, todas as cidades que estão dentro do território do São Francisco, são representadas neste Comitê, lá são discutidos saneamento, abastecimento, além de investimento na implantação do projeto da transposição, porque o Governo é destina recursos para melhorar a vida dos cidadãos, o grande objetivo é despoluir o Rio São Francisco, então eu creio que nesta nova quadra, a gente vai fortalecer a conclusão do saneamento das cidades que compõem a bacia e iniciar novos projetos, principalmente nas cidades maiores, como Pirapora-MG, Petrolina, Juazeiro, estamos colocando Serra Talhada, uma cidade importante, por conta do açude de Serrinha, um açude com 300 milhões de metros cúbicos poluído, porque o esgoto da cidade vai todo para o açude, é um investimento prioritário, e é desta forma que estamos buscando investimento para outros municípios, dentro da bacia, e concluir vários projetos que estão dentro da bacia, exemplo Afogados, Tabira, Calumbi, então é preciso que se conclua e também se inicie outros projetos no restante dos municípios, para que tenhamos toda bacia do Pajeú livre do esgotamento sanitário.

Blog – A semana passada o prefeito de Afogados da Ingazeira José Patriota, lhe defendeu sobre a implantação do Samu no Pajeú, na verdade eu queria que o senhor esclarecesse a realidade do não funcionamento do Samu no Pajeú?

Duque – Mais uma vez alguns meios de comunicação, usam trazendo a baila do problema do Samu, sem conhecimento de como funciona este sistema, e não é só Samu, toda politica pública do Governo Federal é subfinanciada, o dinheiro que vem não dá para manter, normalmente os prefeitos tem que colocar 60, 80% para colocar para funcionar, vou citar um exemplo aqui: Afogados da Ingazeira implantou o Caps AD, já encontra-se a mais de um ano funcionando, sem receber recursos, Serra Talhada está com Caps há mais de um ano sem receber recursos, então querem que se abre mais serviços, sem a garantia da contrapartida do recurso do funcionamento, então é jogar mais responsabilidade nas costas dos prefeitos. Quando a gente sabe que não está havendo regularidade nos repasses, tanto da parte do Governo Federal e do Estadual, para os Samus e outros serviços. Só para se ter uma ideia, os municípios pernambucanos estão desde de 2014, sem receber da assistência farmacêutica (compra de medicamentos), outro dado, nos recebemos R$ 36 mil para compra de medicamentos, de uma população de quase 100 mil habitantes, só de leite especial nós temos medidas judiciais mandando comprar mais R$ 30 mil de leite, então como nós podemos fazer saúde dentro de uma cenário de incerteza de poucos recursos, como a gente pode colocar mais um serviço para funcionar sem ter a contrapartida, porque é caro, o Samu custa quase R$ 500 mil para manter, então na minha cabeça eu vou criar o Samu municipal, sem depende do Estado, sem depende do município, neste novo governo, sem Deus quiser, eu não quero manter este sistema que custa R$ 500mil, a não ser que o Governo Federal, Estadual, reveja o modelo, porque o ônus é muito alto, é um modelo que foi criado lá atrás, é de primeiro mundo, mais para a realidade do nosso Pais, principalmente na região do semiárido é impossível a gente ter capacidade e recursos para manter este sistema funcionando, eu não creio que nenhum município suporte ficar uma ano sem receber recursos, porque o primeiro passo é abrir, depois pede habilitação ao ministério, nenhum novo serviço o ministério está habilitando, ele agora mandou o documento pedindo a devolução das ambulâncias, no entanto, esquece de dizer, que não estão habilitando serviços novos. Eu tenho o NASF funcionando há 3 anos, eles não habilitam, estou com Unidades Básica de Saúde, e não está habilitado, “paciência, não dá para a gente brincar de ser governo e imaginar que tudo tem que está nas costas das prefeituras, a população precisa saber da verdade e entender e compreender que hoje saúde e educação é subfinanciada. Nós temos R$ 12,00 para transportar um menino um mês inteiro no ônibus, R$ 0,30 que não compra um saco de pipoca, para dá alimentação a um menino na escola, uma creche que custa R$ 5,25 só de alimentação/dia para o menino, fora leite, fraldas, shampoo, sabonete, cuidador, então é desta forma que o Governo cria política pública, manda a gente construir a creche, construir escolas, unidades básicas de saúde, no entanto só repassa 10, 15% no máximo para manter um equipamento deste funcionando, então chega um ponto que estrangula, nós não temos mais capacidade de buscar receita para manter estes serviços, então é isto que está acontecendo com os municípios brasileiros, tem deles ai, que estão devolvendo dinheiro de creches, não querem construir porque não tem condições de manter, quem faz opção de aumentar prestação de serviços a comunidade, sociedade, acaba tendo dificuldade de gestão, ai fica alguns criticando achando que nós temos que fazer milagres, que o dinheiro cai do céu, não é assim, o dinheiro está difícil de arrecadar, o FPM teve uma queda extraordinária, nós estamos governando com os meus recursos e mais obrigações.

FOTO: LUCIANO DUQUE
FOTO: JÚNIOR FINFA

Blog – Qual a avaliação que o senhor faz sobre o Modelo Integrado de Gestão que o Governador Paulo Câmara, apresentou no Seminário NOVOS GESTORES, que a Amupe promoveu?

Duque – Achei positiva, este modelo vem do governo Eduardo Campos, é referência não só em Pernambuco, no Brasil, é um modelo que trás resultados extraordinários, na nossa gestão temos um acompanhamento através de monitoramento, o gestor tem que ter ferramenta para saber o dia a dia, como anda seu governo, isso é importante, agora com o cenário que se desenha, não é bom para nós prefeitos, como também para o Governo do Estado, o que está acontecendo no Pais, algum que foge ao bom senso, a cada a dia uma operação, a cada dia se afasta um presidente do Poder, acho que o Supremo está prestando um desserviço ao País, nada contra ou a favor de Renan, agora eu acho alimentar e aprofundar esta crise institucional, não é bom para o Pais.

Blog – Como o senhor recebeu o resultado da votação da prestação de conta do ex-prefeito Carlos Evandro?
Duque – Com respeito, é uma decisão da câmara, desde o começo ficam colocando palavras na minha boca, dizendo que eu pedi que eu interferir, não fiz absolutamente nada, a decisão é da câmara, eu sempre disse que são poderes independentes, eu dialogo com a câmara para discutir os interesses do povo, mais assuntos depende exclusivamente da câmara, é decisão dos vereadores, então temos que respeitar a decisão que eles tomarem.

Blog – O anuncio do secretariado está próximo?
Acho que sim.

Blog – Luciano fica no PT ou sai do PT?
Duque – Olha Finfa, estou igual aquele matuto assuntando maçaranduba do tempo, eu acho que o que for bom para Serra Talhada, será o caminho que eu vou escolher.


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