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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELCONSUMIDORES LÁ E CÁ

Uma amiga, contumaz usuária de certo comprimido para dor de cabeça, ao viajar para França, país onde está a sede do laboratório do referido remédio, não levou estoque, certa que lá compraria o medicamento com facilidade.

Ao procurar o remédio no país europeu foi informada que o medicamento ainda não tinha licença para ser fabricado por lá, uma vez que os testes realizados com usuários em países da África e das Américas não tiveram os resultados concluídos. Com o “selo” de cobaia comprou outro medicamento e voltou para o Brasil indignada.

Recentemente pesquisas feitas pela Proteste – Associação de Consumidores constatou que pesos pesados da indústria de alimentos, entre eles Coca Cola, Nestlé, Unilever e PepsiCo, estavam fabricando produtos em nosso país com tabela nutricional diferentes das utilizadas em países centrais.

Novamente a constatação que nos países periféricos testes e composições inferiores de produtos são uma realidade. O consumidor é transformado em objeto de estudo para as grandes companhias. O consumidor classe “A” necessita da comprovação de que os produtos por eles consumidos estão testados e aprovados pelos consumidores “cobaias”.

Ao serem indagados sobre as variações dos produtos industrializados no Brasil e nos outros países, os fabricantes justificaram que as variações decorem dos hábitos alimentares de cada localidade. As respostas não esclarecem porque nós brasileiros somos obrigados a consumir mais gordura, corantes com alto poder alérgico, antioxidantes e outros ingredientes prejudiciais à saúde dos consumidores. Quanto aos hábitos somos induzidos pelas campanhas de massa.

Elementos básicos da nossa legislação também não estariam sendo observados pelos fabricantes de alimentos. Em todos os casos apontados nas pesquisas, há consenso de que as leis brasileiras são frágeis e as penalidades, quando aplicadas, são brandas.

Na indústria de cosméticos existem registros diversos que a negligência e falta de uniformidade com a produção nos países centrais também ocorre com frequência. Os mesmos produtos comprados fora do Brasil apresentam consistência e eficácia superior aos adquiridos no território nacional.

A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária segue o mesmo itinerário das demais agências reguladoras, isto é, funcionam como “escritórios” daqueles que deveria fiscalizar. Resta-nos a certeza de que a globalização tem suas regras próprias e uma das principais é: “Quem pode pagar a conta recebe produtos melhores e mais confiáveis; os demais ficam com os produtos de nível inferior e ponto final.”

Por: Ademar Rafael


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