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“O POVO QUER MAIS ÉTICA” DIZ LULA

lula_1Em meio à avalanche de denúncias de corrupção na Petrobras reveladas pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou um vídeo na internet neste domingo, 21, no qual afirma que uma das lições das eleições deste ano é que “o povo quer mais ética”.

No vídeo, Lula aconselha a presidente reeleita Dilma Rousseff a assimilar o recado das urnas e “continuar” o combate à corrupção se quiser fazer um segundo mandato “histórico”.

“A lição que ficou foi a seguinte: o povo quer mais democracia, mais participação, mais esperança, mais ética. O povo quer ser mais ouvido e continuar sonhando. Essa é a mensagem que a presidenta Dilma deve assimilar do resultado eleitoral e fazer do seu mandato um mandato histórico. Ou seja, o povo está mais exigente, o povo quer mais”, diz o ex-presidente no vídeo com pouco mais de dois minutos divulgado na página do Instituto Lula

Diálogo

Tanto Lula quanto Dilma sabem, por meio de pesquisas qualitativas, que as seguidas denúncias de corrupção envolvendo governo e o PT são uma das causas do antipetismo visto antes e depois das eleições e procuram um discurso para reverter este quadro.

No vídeo divulgado ontem, Lula afirma que Dilma deve “continuar” a política de combate à corrupção e dar transparência às ações do governo para investigar e punir os responsáveis por desvios. O ex-presidente pede também que Dilma dialogue com a sociedade.

A falta de disposição de Dilma para conversar tanto com políticos como com movimentos sociais e empresários é um dos principais alvos de críticas no primeiro mandato da presidente.

“Nós devemos conversar sempre com o povo no sentido de fazer com que nada seja escondido. Continuar a política forte de combate à corrupção onde toda e qualquer coisa deve ser dita e tem que ser dita porque um governo não pode esconder nada”, afirmou.

O povo sabe mais

Embora não tenha citado os motivos, o ex-presidente destacou o fato de que hoje, com a ampliação do acesso à internet, grande parte da população tem mais acesso às informações sobre o que acontece nos governos e nos partidos políticos.

“O povo está sabendo mais das coisas, está acompanhando mais o processo de desenvolvimento de um governo ou de um partido político”, disse Lula.

Para o ex-presidente, o caminho para o sucesso do segundo mandato de Dilma é manter a conexão com os movimentos sociais, muitos deles formados por jovens sem filiação partidária, que empurraram a campanha petista na reta final do 2.º turno da disputa presidencial, quando o tucano Aécio Neves chegou a aparecer à frente nas pesquisas de intenção de voto.

De acordo com Lula, o segundo mandato da correligionária deve fazer com que estas pessoas que aderiram à campanha de forma voluntária sintam que “valeu a pena” reeleger a petista.

“Se a Dilma fizer uma relação com a sociedade tal como foi o 2.º turno das eleições terá toda possibilidade de fazer um governo exitoso e fazer com que o povo sinta que valeu a pena fazer a campanha e eleger a Dilma”, afirmou ele.

Ministério

O vídeo gravado sexta-feira, 19, na sede do Instituto Lula é o segundo de uma série – o primeiro foi sobre a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba – que deve se estender até o final do ano e foi veiculado às vésperas da divulgação dos nomes que vão compor o ministério no segundo mandato de Dilma.

A expectativa é que a presidente reeleita anuncie hoje boa parte dos ministros. Até agora os únicos nomes divulgados foram os da equipe econômica, na qual se destaca o ex-executivo do Bradesco Joaquim Levy, e o da senadora ruralista Katia Abreu (PMDB-TO), que desagradaram diversos movimentos e personalidades de esquerda que apoiaram Dilma no 2.º turno da disputa eleitoral.

Além disso, a saída de Gilberto Carvalho da Secretaria-Geral da Presidência tem causado forte ansiedade nos movimentos sociais acostumados a ter o ministro como interlocutor. Ele será substituído pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

A expectativa é que, depois de acenar ao mercado, Dilma contemple os setores da esquerda que apoiaram sua reeleição. (Agência Estado)


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